‘Alegrai-vos sempre no Senhor’

3° Domingo do Advento 12 de dezembro de 2021

O 3º Domingo do Advento é chamado Domingo Gaudete, pois a antífona de entrada da Santa Missa começa com as palavras de São Paulo aos Filipenses: “Gaudete in Domino semper: iterum dico, gaudete” – “Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito, alegraivos!” (cf. Fl 4,4). Literalmente, é o “Domingo Alegrai-vos!”

E por que devemos nos alegrar? São Paulo explica no versículo seguinte: “O Senhor está perto” (Fl 4,5)! Dentro de poucos dias, com o nascimento do Menino em Belém, “todos veremos a salvação de Deus” (Lc 3,6). Somente pode possuir profunda e verdadeira alegria quem tem a certeza da presença do Senhor. Isto é confirmado pelo convite de Sofonias: “Canta de alegria, rejubila, povo de Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração! O rei de Israel é o Senhor, Ele está no meio de ti” (cf. Sf 3,14-15).

Quando nos damos conta de que o Senhor está presente, a tristeza se dissipa e experimentamos uma alegria diferente, mais profunda e duradoura. Mas, se nos esquecemos de que Ele está conosco, mesmo as coisas que aparentemente trariam “alegria” vão se tornando fonte de tédio e fastio. Por essa razão – retornando à antífona de entrada da missa –, São Paulo, de modo sutil, ensina-nos algo profundo que deve orientar toda a nossa vida: que nossa alegria seja “sempre no Senhor”

Encontremos n’Ele a alegria suave da oração, da Comunhão Eucarística, da contemplação dos Evangelhos, da Confissão, que é o “Sacramento da Alegria”. Mas, além disso, direcionemos para Deus as alegrias humanas: a vida em família e matrimonial, as amizades, o descanso, o namoro casto, a comida, as férias, a música… Essas realidades causar-nos-ão mais alegria e serão repletas de paz se forem vividas “no Senhor”, na Sua amizade, na Sua graça e conforme os Seus Mandamentos. E assim ajudar-nos-ão a nos santificar!

Há pessoas que buscam alegria nas coisas por si mesmas. É impossível, pois se trata de algo muito fugaz! Aquilo que ardentemente desejávamos começa rapidamente a nos entediar; precisamos, então, de outras coisas novas e melhores e, no fim das contas, estamos insatisfeitos e, talvez, mais tristes do que no início. Corremos ainda o risco de nos tornar cobiçosos e apegados a simples objetos, cargos, ilusões. E, por fim, as coisas estragarão, serão perdidas ou roubadas…

Outros buscam a perfeita alegria nas pessoas. Já é um passo adiante! Porém, sem Deus, as relações se tornam facilmente pegajosas, egoístas, ciumentas, idolátricas… Perdemos de vista que as pessoas são um presente Dele em nossas vidas. E que nenhum ser humano pode “dar sentido” à nossa existência. E, ao fim, as pessoas também morrem. Se nosso amor não for alicerçado “no Senhor”, tudo ficará triste e sem sentido.

“Alegrai-vos no Senhor!” Ele é a grande Alegria! Nele todas as outras alegrias se tornam maiores e duradouras. “Eu repito, alegrai-vos!”

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