Essa foi a dúvida enviada pela Maria do Carmo, de Guarulhos (SP). Gostei da pergunta, Maria! E eu começo a responder lembrando a você que a Campanha da Fraternidade é um jeito muito bonito que a Igreja no Brasil descobriu para nos ajudar a viver o tempo da Quaresma, estes quarenta dias em que nos preparamos para a Páscoa do Senhor, que é a festa mais importante do calendário cristão.
Na Páscoa, celebramos a vitória de Jesus sobre a morte, sua Ressurreição gloriosa na qual Ele passou para nós um documento com firma reconhecida de que Ele é Deus, que Ele quis ser Deus conosco e continua sendo pela vida afora.
A Quaresma nos prepara para a Páscoa, momento em que vivenciamos uma experiência linda de Jesus ressuscitado. E como a Igreja propõe esta preparação para os cristãos de todo o mundo? Por três meios: a oração, a penitência e o amor fraterno. Na oração, entramos em comunhão profunda com Deus; com a penitência, exercitamos nossa vontade a querer só o que Deus quer; e com o amor fraterno, nos reconhecemos irmãos e vamos ao encontro de Deus presente nos pequenos e pobres.
A Igreja no Brasil quis ajudar-nos a viver melhor ainda a Quaresma, canalizando a nossa oração, a nossa penitência e o nosso amor fraterno para a transformação da realidade triste das parcelas do povo que carregam no corpo as marcas da cruz de Cristo. Assim, depois de alguns anos com a Campanha da Fraternidade refletindo sobre o que é ser Igreja, o que é ser discípulo de Cristo, a Igreja passou a focalizar a cada ano um aspecto da realidade do povo que revela sofrimento, discriminação, dor, clamor de justiça.
Você, Maria, deve se lembrar de muitos temas da Campanha da Fraternidade, não é mesmo? Cito alguns: a violência, o desemprego, a situação da família, a falta de saúde e de educação, o menor abandonado, a juventude, a mulher, o negro, o índio, o idoso, a questão da água, a justiça e a paz.
Neste ano, nossa oração e reflexão, nossa penitência e renúncia a algum bem legítimo e nosso amor serão dirigidos à questão da fome. Participar da Campanha da Fraternidade se torna, então, um grande gesto de inclusão e de comunhão da Igreja, que tornará muito mais forte a experiência com o Cristo ressuscitado. É isso aí, Maria do Carmo. Que Deus abençoe você e sua família.