Os católicos continuam proibidos de se filiar à maçonaria. É o que reafirmou a declaração feita pelo Dicastério para a Doutrina da Fé no dia 13 de novembro de 2023, assinada pelo Prefeito do Dicastério, Cardeal Víctor Manuel Fernández, e com a aprovação do Papa Francisco.
O Dicastério respondeu a uma solicitação feita por Dom Julito Cortes, Bispo de Dumanguete, nas Filipinas – um dos maiores países católicos do mundo – que relatou a situação em sua diocese, onde se observa o aumento contínuo de fiéis filiados à maçonaria.
O Cardeal Fernández respondeu que é proibido fazer parte da maçonaria, conforme consta nas diretrizes de 2003 da Conferência Episcopal Filipina e em uma declaração feita pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, em 1983, quando era Prefeito deste Dicastério.
Interessante observar – para melhor compreensão – que a “Declaração sobre a Maçonaria”, citada, assinada pelo então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Joseph Ratzinger, em 26 de novembro de 1983, afirma: “Permanece imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão. […] Não compete às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçônicas com um juízo que implique derrogação de quanto foi acima estabelecido”
A primeira condenação pontifícia da maçonaria ocorreu em 1738, quando o Papa Clemente XII publicou a encíclica In Eminenti Apostolatus Specula, sobre as Sociedades Secretas.
Desde o princípio, a Igreja Católica não julgou a maçonaria responsável apenas por atividades subversivas a seu respeito, mas desde os primeiros documentos pontifícios sobre o assunto e, em particular, na encíclica Humanum genus do Papa Leão XIII (1884), o Magistério da Igreja denunciou na maçonaria ideias filosóficas e concepções morais opostas à doutrina católica.
Logo, a questão formulada por Dom Julito Cortes, da Filipinas, oferece-nos, uma vez mais, a oportunidade de ver reafirmada, agora pelo Papa Francisco, o que fora estabelecido pelos seus predecessores.
Na referida encíclica, o Papa Leão XIII chamava a atenção da Igreja e dos leigos, entre outros aspectos, citando a Ordem Terceira de São Francisco, para o grande benefício de voltar as mentes dos homens à liberdade, fraternidade e igualdade de direito; não tal como os maçons absurdamente imaginam, mas tal como Jesus Cristo obteve para o gênero humano e ao quai São Francisco aspirou.
Oito anos depois, na Carta ao Povo Italiano “Custodi”, de 8 de dezembro de 1892, afirmava Leão XIII: “Recordemo-nos que o Cristianismo e a maçonaria são essencialmente inconciliáveis, de modo que inscrever-se numa significa separar-se da outra”.
Portanto, ao longo da história, e também agora, é duríssima a condenação que Igreja Católica determina aos fiéis que pertençam às associações maçônicas: a nenhum fiel é lícito pertencer à maçonaria e que, se o fizer consciente e voluntariamente, comete um pecado grave, que o impede de receber a comunhão. O pecado grave, lembremos, é uma ofensa a Deus e ao próximo. Como diz a Escritura: “Há pecado que leva à morte” (1Jo 5,16)
O Cardeal Fernández recomendou que, do ponto de vista pastoral, organize-se catecismo em todas as paróquias para explicar por que a maçonaria não é compatível com a fé católica. No entanto, não nos enganemos, essa pastoral – tão necessária – é exigente. Tenhamos presente a parábola do filho pródigo e a do bom samaritano nessa catequese. Sejamos sal e luz.
Aos domingos, rezamos na Santa Missa o Símbolo dos Apóstolos: “Creio no Espírito Santo; na santa Igreja Católica. Ou ainda, “Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. São fórmulas rezadas desde o século IV. Logo, se a Igreja reafirma a proibição de associação à maçonaria, não há o que duvidar da Santa Madre Igreja.
Há sempre um caminho de volta à Santa Igreja Católica para aqueles que, pessoal e livremente, resolvem abjurar a maçonaria.