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Dia Mundial do Migrante e Refugiado

Na Igreja Católica, celebramos oficialmente o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado no último domingo de setembro. Neste ano jubilar de 2025, entretanto, as celebrações em torno dessa data passam para os dias 4 e 5 de outubro, tendo como tema “Migrantes, missionários de esperança”! É a esperança, de fato, que move os migrantes a deixar o solo natalício em vista de uma nova pátria que “é a terra que lhes dá o pão”, como dizia São João Batista Scalabrini, considerado o “apóstolo dos migrantes”. O mesmo ocorre com os refugiados que escapam dos conflitos de natureza étnica, política, religiosa ou ideológica, bem como das guerras e da violência em geral. Pela esperança, conseguem fazer de cada fuga uma nova busca. 

Tal como a condição de refugiados e a solicitação de refúgio em outro país, também a migração, na maioria dos casos, ocorre por motivos alheios à vontade do indivíduo e de sua família. No contexto que leva à decisão de migrar figuram fatores como pobreza, miséria e fome; falta de trabalho e de oportunidades; catástrofes extremas devido às mudanças climáticas; motivos de doença ou estudo, entre outras distintas causas. O que significa que tanto o migrante quanto o refugiado enfrentam, normalmente, adversidades compulsórias que levam, de uma parte, a uma saída compulsória e, de outra, a uma chegada imprevista e muitas vezes inóspita. 

De semelhantes transformações inesperadas, chega-se com frequência a atitudes de hostilidade e intolerância nos locais de destino. Atitudes que se revestem, não raro, de preconceito, xenofobia, discriminação, racismo, e assim por diante. Esse cenário de rechaço, por sua vez, tende a crescer progressivamente na exata medida em que setores de extrema direita vão tomando o poder em diversas regiões do planeta. Diante de tantos obstáculos, migrantes e refugiados se veem privados de seus direitos e provados em sua resiliência. 

Daí o valor e a força da arma chamada esperança! Por ela, ultrapassam portas, corações e fronteiras fechadas; por ela, em lugar de pontes, tropeçam com muros visíveis ou invisíveis; mas também por ela, aprendem a estender a mão a seus iguais, em um empenho conjunto por terra e trabalho, moradia e pão, estudo e saúde, enfim, por tudo aquilo de que necessitam para viver com dignidade de pessoas humanas. Pela esperança, ainda, vão se dando conta de que, ao direito de ir-e-vir, corresponde o direito de permanecer. Permanecer, sim, mas com uma cidadania garantida, pela qual a justiça, a paz e as oportunidades sejam estendidas a todos. 

Por isso, migrar é um ato de coragem e esperança, o qual, ao mesmo tempo, questiona o país de origem por abandonar seus cidadãos; os países de passagem, por dificultar a travessia; e o país de chegada, pela necessidade de mudanças nas relações nacionais e internacionais, no respeito aos direitos humanos e à abertura fraterna e solidária ao outro, ao diferente e ao estrangeiro. Pois, em “nossa casa comum”, todos somos chamados a ser irmãos e irmãs. 

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