Em sínodo, Arquidiocese de São Paulo caminha com o Ressuscitado

A Arquidiocese de São Paulo retomou as atividades de seu 1º Sínodo Arquidiocesano. O caminho sinodal iniciado em 2017 foi interrompido pelas restrições impostas pela pandemia de COVID-19, quando estava prestes a iniciar sua última etapa, a da assembleia sinodal arquidiocesana.

Essa última etapa do sínodo irá acolher o resultado dos trabalhos preparatórios realizados nos anos anteriores de caminho sinodal, no âmbito das paróquias, vicariatos e regiões episcopais e organizações eclesiais, para um novo discernimento do qual surgirão propostas concretas para a renovação pastoral da Igreja na maior metrópole do Brasil.

Durante a celebração de reabertura da assembleia sinodal, no sábado, 8, na Catedral da Sé, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, partiu da passagem bíblica que narra o encontro de Jesus Ressuscitado com os apóstolos à beira do mar da Galileia (cf. Jo 21,1-19), para destacar que, até verem novamente o Senhor, os discípulos estavam desorientados e desanimados. 

“Nossa Igreja também pode enfrentar momentos de crise e desânimo. Por vezes, as dificuldades externas e internas são tantas, que nos parece não haver mais futuro para a evangelização”, comentou o Cardeal. No entanto, diante da crise, “não é hora de se dispersar, mas de caminhar juntos, em comunhão e participação, com Jesus Cristo em nosso meio e à nossa frente”. É nisso que consiste concretamente o syn-hodos, palavra grega que significa “caminhar juntos”. 

Esse caminho, contudo, não é novo, foi iniciado por aqueles que nos precederam na Igreja em São Paulo: sacerdotes, bispos, religiosos e fiéis leigos. Entre esses, destacam-se figuras como São José de Anchieta, Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, Santa Paulina, os beatos Mariano de La Mata e Assunta Marchetti.

“Temos a graça de ser herdeiros desse patrimônio espiritual, cultural e religioso da Igreja em São Paulo… Hoje é nossa vez de sermos luz de Cristo na cidade, sal e fermento dessa imensa massa humana, onde a força do Evangelho não pode faltar para humanizar a convivência e propor continuamente à cidade dos homens os grandes ideais e metas da ‘cidade de Deus’, a Jerusalém celeste.”

Embora os dois ssibilitouanos agudos da pandemia tenham interrompido os trabalhos sinodais, esse período po uma percepção maior daquilo que é o essencial na vida da Igreja, ajudando a desenvolver novas formas de fazer chegar a todos o testemunho do Evangelho.

Uma nova luz foi posta sobre o sínodo arquidiocesano quando o Papa Francisco chamou a Igreja inteira a entrar num processo sinodal de comunhão, participação e missão. “Portanto, estamos em sintonia com as preocupações e o chamado do Papa, que incentiva a Igreja a fazer uma experiência de conversão, para ser ‘Igreja sinodal em comunhão, participação e missão’.”

A assembleia sinodal arquidiocesana terá a missão de traduzir o tema e o lema do sínodo em propósitos operativos, em vista de novas atitudes e práticas missionárias, propostas e diretrizes pastorais. O Arcebispo ressalta que o sínodo, por certo, não produzirá efeitos automáticos e instantâneos. “O que esperamos é que ele possa desencadear processos que levem, com o passar do tempo, a produzir frutos de comunhão, conversão e renovação missionária.”

Para que tais frutos sejam alcançados, é importante não perder de vista que o caminho sinodal não é um processo meramente humano ou metodológico, mas um caminho percorrido com o Ressuscitado, iluminado pelo Espírito Santo, a alma da Igreja chamada a ser testemunha da presença de Deus na cidade.   

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