O Natal é precedido pela preparação espiritual do Advento. Neste tempo, rezamos mais, fazemos um pouco mais de penitência, e somos chamados a nos alegrar mais do que de costume. Afinal, o Deus-Conosco se aproxima! É preciso que Ele nos encontre alegres – apesar dos pesares! – e com um coração vigilante e repleto da graça divina.
Para que isso aconteça, é útil que, ao longo deste período, meditemos mais assiduamente sobre o mistério da Encarnação. É um fato extraordinário: Deus nos amou a tal ponto que, para nos salvar, assumiu a condição de um menino. A contemplação dessa verdade maravilhosa deve transbordar para além de nós mesmos! O Advento nos trará ainda mais alegria e graças se ajudarmos outras pessoas a vivê-lo bem!
Assim, além do “presépio espiritual” de nossa alma adornada com orações, é importante que preparemos a Jesus um Presépio visível em nossa casa, e quem sabe mesmo – se possível – no condomínio ou no trabalho. Deste modo, recordaremos aos outros de que Cristo também os visita! É muito recomendável, além disso, fazer a Novena de Natal em família. Se em Belém “não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2,7), que Jesus, Maria e José encontrem ao menos um lugar aconchegante em nosso lar.
Acompanharemos com ansiedade cada uma das quatro velas se acenderem na “coroa” do Advento. Porém a verdadeira “joia”, que coroará a preparação à chegada do Menino Deus, será a recepção do sacramento da Confissão de nossos pecados. Por meio dela, estaremos em condições de, no dia de Natal, ter a participação na Santa Missa mais “consciente, frutuosa e ativa” que existe: aquela que é feita em estado de graça. E poderemos também receber dignamente a Sagrada Comunhão, o próprio Jesus que nos vem visitar.
Durante o Advento, recordamo-nos de que não estamos sozinhos! A história humana e nossas vidas individuais têm uma direção: a manifestação plena de Cristo. Como aqueles magos do Oriente, caminhamos em direção a Ele. Porém, antes mesmo que vejamos face a face “o Menino com Maria, sua Mãe” (Mt 2,11), Ele já está ao nosso lado. O Advento renova a certeza de que Jesus está conosco e nos chama a decidir com firmeza: “Deixemo-nos guiar pela luz do Senhor” (Is 2,5)!
Afinal, como diz São Paulo, “agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraça- mos a fé” (Rm 13,11)! Os anos passam e o juízo se aproxima. Nós mudamos, para melhor ou para pior… Mas Deus continua o mesmo! O Céu continua a nos esperar; o Espírito Santo quer ainda nos guiar; e a Salvação continua tendo um só nome: Jesus Cristo. Portanto, “despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz” (Rm 13,12)!
Com os patriarcas e justos, desejemos ver Aquele que “profetas e reis quiseram e não viram, quiseram ouvir e não ouviram” (Mt 13,17). Unamo-nos à espera impaciente dos Santos, que desejaram com todas as forças contemplá-lo face a face. O tempo é breve! E, “na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá” (Mt 24,44)!