No caminho sinodal, o Espírito Santo é o protagonista

Com uma Santa Missa na Catedral da Sé, no sábado, 25, foi concluído o 1º sínodo arquidiocesano de São Paulo. 

Quando este caminho sinodal foi convocado pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, em 2017, bispos, padres, religiosos e leigos se sentiam protagonistas de uma situação nova. Na ocasião, os membros desta porção do Povo de Deus presente na maior metrópole do Brasil foram chamados a participar de assembleias sinodais no âmbito das paróquias, comunidades, escolas e outras organizações eclesiais. A Igreja em São Paulo foi mobilizada, todos tiveram a oportunidade de participar do processo de escuta, diálogo e discernimento.

A oração ao Espírito Santo acompanhou todas as etapas do sínodo, pois Ele é o verdadeiro animador, o sábio conselheiro e o renovador dinâmico da vida eclesial. Assim como no livro do Apocalipse, procurou-se acolher “o que o Espírito diz” à Igreja em São Paulo. A voz do Espírito Santo não ficou congelada no passado e se renova constantemente por meio dos apelos da realidade que nos cerca, das circunstâncias e da situação pela qual passa a Igreja, e, também, pela perscrutação das Escrituras e da palavra do Magistério.  

O sínodo não nasceu pronto, mas foi sendo construído etapa após etapa. Mais do que uma tarefa com começo, meio e fim, foi uma experiência eclesial de “comunhão, participação e missão”, assim como propõe o Papa Francisco para toda a Igreja, com o caminho sinodal universal que, em certa maneira, foi antecipado na Arquidiocese. 

Esse exercício sinodal deve continuar e se aprofundar na Igreja de São Paulo, por meio do processo de acolhida das orientações e propostas sinodais contidos na Carta Pastoral entregue pelo Arcebispo na conclusão desse processo. O próprio Dom Odilo comparou o caminho percorrido com a “preparação do terreno e uma semeadura”. Começa, portanto, o trabalho do cultivo, na esperança paciente da chegada dos frutos.

Dos frutos que já podem ser vistos desse sínodo, o primeiro é a convicção de que todos os batizados são responsáveis pela Igreja, não somente os bispos e os padres, mas todos são parte da Igreja, Corpo Místico de Cristo, pois, como recorda a constituição dogmática Lumen gentium, “na edificação do corpo de Cristo, há diversidade de membros e de funções. Um só é o Espírito que distribui dons variados para o bem da Igreja, segundo suas riquezas e as necessidades dos ministérios” (LG,7).

Com o sínodo, foram desencadeados processos que produzirão os seus frutos com o tempo, a paciência e a perseverança, sem esquecer que o Espírito Santo é o protagonista da Igreja. Sem a docilidade ao Espírito Santo, “nada o homem pode, nada existe nele de bom”. 

Sem o Espírito Santo, a Igreja seria apenas uma organização humana, um projeto humano. A Igreja é a comunidade dos discípulos de Jesus, que se deixam conduzir por Ele nos caminhos do Evangelho, sempre animados pelo Espírito Santo. A Ele continuaremos recorrendo com fé, pedindo sua luz, orientação, sabedoria, discernimento, conselho, fortaleza, coragem e alegria.

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