O Francirleide, de João Pessoa (PB), me pergunta: “Padre, o que o senhor acha sobre hipnose?” Meu irmão, a hipnose pode ser um caminho maravilhoso para ajudar alguém a se libertar de traumas, de conhecer um pouco as experiências vividas, sejam elas boas ou más. Entretanto, também pode ser um instrumento terrível de manipulação da pessoa, de devassa da intimidade profunda de alguém. Neste pequeno texto, não tenho como falar profundamente sobre a hipnose e todas as teorias sobre regressão, algumas das quais pretendendo ir à fase uterina e até em fases mais distantes.
Sendo esta uma técnica que podemos entender como médica, penso que transformar a hipnose em espetáculo, como fazem alguns nos meios de comunicação, chegando a dominar o agir da pessoa, isso adentra até em uma questão ética. Não se brinca com a dignidade humana! Imagine você sendo exposto ao ridículo por alguém que domina a capacidade de levá-lo à hipnose, desligando-se da realidade atual, obedecendo aos comandos do hipnotizador.
O uso ético, responsável e controlado da hipnose em vista da libertação de tudo o que impede uma pessoa de dar passos seguros em sua vida, só pode ser bem acolhido e respeitado. Por outro lado, é imoral e antiético usar a hipnose para escravizar alguém, tirar desse alguém a capacidade de discernimento e de escolha do rumo a seguir em seus passos. Se muitas vezes as técnicas de comunicação já provocam uma hipnose coletiva imoral, imagine a hipnose aplicada por pessoas sem escrúpulos, escravizando uma pessoa para fins inconfessáveis.
É isso o que eu penso sobre a hipnose, meu amigo.