O Coração da Fé Cristã

SEMANA SANTA – ANO C

O Tríduo Pascal, entre a Quinta-feira Santa e a Vigília, não é uma simples “recordação” dos acontecimentos da Salvação… Participando das celebrações, tocamos o coração da fé cristã! Como que transportados à Jerusalém do primeiro século, seguimos os passos de Jesus, da Virgem Maria e dos apóstolos.

Não há comunhão com Deus nem salvação senão por meio da Santa Cruz. Por isso, a Igreja canta nestes dias: “Ó Cruz, esperança única!”. Para que a Paixão, Morte e Ressurreição não ficassem no passado, Jesus institui, nesta Quinta-feira, a Eucaristia e o Sacerdócio. Por meio da Santa Missa – deixada por Ele como “Testamento” – atualiza-se diariamente até o final dos tempos o mistério do Calvário. Por meio dos sacerdotes, Ele continua a perdoar, abençoar e unir os homens a Deus. Enfim, graças a essa Última Ceia, da qual participaremos, homens e mulheres de todos os tempos e lugares podem receber os frutos da Redenção.

Na Sexta-feira, subiremos o Calvário, a fim de contemplar o fato que ultrapassa todo entendimento: Deus é ferido e morto por causa de nossos pecados. Segundo São Paulo, “Ele Se entregou por nossos pecados, para nos libertar do presente mundo mau!” (Gl 1,4). Enfim, compreenderemos, ao lado da Mãe Dolorosa, com João e Madalena, o significado das palavras do Senhor: “Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15,13).

E também com Maria Madalena, no Sábado, faremos vigília. Sua espera ansiosa para ir de manhãzinha ao Sepulcro é símbolo de uma espera maior, que envolveu toda a humanidade. Durante séculos, como numa madrugada de vazio e angústia, esperaram Aquele a quem “profetas e reis quiseram ver e não viram, quiseram ouvir e não ouviram” (Lc 10,23)… Nós o encontraremos! Inicialmente, não compreenderemos as faixas e o sudário colocados de lado no Sepulcro. Então, diremos com Maria: “Levaram o meu Senhor, e não sei onde o colocaram!” (Jo 20,13).

Depois, com os discípulos, extravasaremos de surpresa e alegria! Surpresa com um Messias que é Deus, que sofreu e morreu. E alegria porque Ele ressuscitou e nos ama! Ele nos infundirá confiança dizendo: “Ninguém tira a minha vida, Eu mesmo a entrego. Tenho poder de entregá-la e de retomá-la” (Jo 10,18). No Domingo de Páscoa, virá Jesus mesmo ao nosso encontro. Nós o reconheceremos na Santa Missa “ao partir do Pão” (Lc 24,35) e diremos com as palavras do Discípulo Amado: “É o Senhor” (Jo 21,7)!

Em paz, certos de que se cumpriu a nossa Redenção, nos uniremos Àquela que mais sofreu na Paixão e que mais se alegrou na Ressurreição: a Mãe de Jesus. E, sem pensar em nós mesmos nem nos nossos pecados, e nem sequer no Céu que o Senhor nos alcançou, nos alegraremos somente por sua alegria de Mãe. E cantaremos a Ela “Rainha do Céu, alegrai-vos, aleluia! Pois o Senhor que merecestes trazer em vosso ventre – Aleluia! – ressuscitou como disse, Aleluia! Rogai a Deus por nós, Aleluia!”. Ótimo Tríduo Pascal!

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