A Marlene, aqui de São Paulo, assim me escreveu: “Minha neta, de 10 anos, chora muito porque diz ver gente que já morreu sempre vindo em sua direção. O que devo fazer, Padre Cido?”.
Minha irmã, eu penso que é preciso muita serenidade na condução de um problema como este. Primeiramente, não demonstre estar mais assustada do que a criança. Não devemos levar a sério demais o que ela disser, mas também não devemos ridicularizá-la.
É preciso também ajudar a criança a compreender que as pessoas que morreram terminaram a sua missão e que elas não ficam perturbando os vivos. A memória delas devem ser guardadas no coração. Juntinhas de Deus, essas pessoas oram por nós.
Cuidado também para não fazer da sua casa um ambiente ruim, marcado por uma religiosidade do medo. Certos assuntos colocados sem critério às crianças só prejudicam o desenvolvimento delas.
Uma atitude carinhosa, um busca coletiva de assuntos que desviem a atenção da criança em relação ao tema, a busca de coisas divertidas para se fazer, tudo isso ajuda. As crianças têm direito a serem crianças e devemos deixá-las bem sem queimar etapas de sua formação.
A religião jamais deve ser marcada pelo medo: medo de Deus, medo de pecar, medo do castigo, medo da morte. É preciso lembrar o carinho de Jesus pelas crianças e mostrar a elas que é muito gostoso e divertido ser discípulo de Jesus.
Pense nisso, Marlene. Que Deus ilumine você para orientar bem sua netinha!
