“O povo antigo costuma dizer que ‘praga de padre’ pega. Isso é verdade?”. A pergunta é da Neusa Maria, moradora do bairro do Brooklin.
Minha irmã, não é só “praga de padre” que o povo costuma dizer que pega, Neusa. O povo acha que “praga de mãe” também. Vamos meditar um pouco sobre isso.
Quando falamos de praga, lembramo-nos de maldição, não é mesmo? E o que é maldição? É desejar e manifestar uma coisa má a alguém. É um gesto horrível, muitas vezes marcado pelo ódio, pela raiva de ter sido ofendido, traído, humilhado.
Eu penso que nenhuma pessoa deve amaldiçoar alguém ou jogar praga. Além de feio, trata-se de uma atitude carregada de sentimentos ruins que fazem mais mal a quem os manifesta do que aos destinatários.
Se a praga não cabe bem a nenhuma pessoa, muito mais ainda na boca de um padre que foi chamado por Deus para ser sacerdote e profeta do Deus de amor e ser bom pastor do povo, à imitação de Cristo, o Bom Pastor.
O padre foi chamado por Deus para aconselhar, repreender, se preciso, educar na fé, conduzir as pessoas a Deus, abençoar em nome de Deus. Assim, não há sentido alguém que Deus amou com um amor de predileção se deixar levar pelo ódio e desejar algo ruim a alguém, não é mesmo?
A mesma coisa se deve dizer em relação às mães. Eu penso que um filho que maltrate tanto a sua mãe a ponto de ela querer amaldiçoá-lo, se ele não for doente, não é “flor que se cheire”. Não precisa maldição ou praga para ele ser infeliz na vida. Ele já é infeliz.
Que em nossos lábios haja sempre palavras de bênção e não de maldição, minha querida Neusa. Que Deus a abençoe, hoje e sempre.