Sagrada Família

FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA, JESUS, MARIA E JOSÉ 26 DE DEZEMBRO DE 2021

Ao inserir suas leis no mundo visível, Deus determinou que a sociedade fosse edificada sobre o Matrimônio. Fez o homem e a mulher numa relação de diferença e complementaridade para que formassem juntos a base da sociedade. Na sua onipotência, poderia criar diretamente os indivíduos, mas preferiu que a mulher e o homem fossem seus cooperadores na criação, gerando filhos por meio do amor humano. Para tanto, estabeleceu este mandamento antigo e novo: “Frutificai, multiplicaivos e enchei a terra!” (Gn 1,28).

As diferenças físicas, psicológicas e espirituais entre os dois gêneros não são um mal e não devem ser negadas. Elas enriquecem e moldam a vida familiar, refletindo a vontade do Criador. Afinal, Deus os criou “à sua imagem, homem e mulher os criou” (Gn 1,27). A sensibilidade, o entusiasmo, a propensão às relações interpessoais, o sentido de cuidado do outro, a atenção aos detalhes e a piedade religiosa, tão próprias das mulheres, completam-se de modo admirável com a objetividade, o senso prático, a regularidade de ânimo, o espírito aguerrido e sereno comuns entre os homens. Masculino e feminino expressam a riqueza da criação e oferecem as condições necessárias para o pleno desenvolvimento afetivo e espiritual das famílias.

Uma família cristã é, além disso, uma igreja doméstica. Nela, recebemos e transmitimos a fé em Cristo. Como a Igreja, a família tende a crescer na fé e no número de seus membros, abrindo-se à vontade de Deus e acolhendo também os de fora. É uma casa de oração, onde Deus é adorado, amado e obedecido. Nela, os filhos são instruídos, protegidos dos erros do mundo e preparados para lutar e continuar o ciclo da vida. O nome, as características físicas, os costumes, as lembranças, o cuidado físico e espiritual são passados dos pais para os filhos. Estes, na velhice dos genitores, retribuem um pouco do tanto que receberam.

Já que os vínculos de sangue não se extinguem, na família aprendemos a perdoar e ser perdoados; a respeitar e nos fazer respeitar; a ser autênticos; a dividir; a ter compaixão; a suportar aqueles de quem não gostamos. Aprendemos a compreender e a conviver com as diferenças de temperamento, de visão de mundo e as peculiaridades de cada um. Em uma palavra, na família aprendemos a amar. E porque ela é tão necessária para o verdadeiro amor – inclusive a Deus –, o demônio quer a todo custo desfigurar, dividir, perverter e destruir a família.

Ela é algo tão imprescindível que o Filho de Deus, ao vir ao mundo, quis ter uma Mãe e um pai terrenos. Mesmo sendo Deus encarnado, “era-lhes obediente” (Lc 2,51), respeitando a ordem estabelecida na criação. E nós, que nos unimos a Cristo por meio da fé e do Batismo, nos tornamos “membros da família de Deus” (Ef 2,19). A Igreja é uma família, inclusive para aqueles que não têm família. Não é uma reunião de “grupos”… A Igreja é uma família reunida em torno de um mesmo Pai, de uma mesma Mãe, de uma mesma fé, de um mesmo Alimento espiritual e de um mesmo Amor.

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