Nessa enxurrada de informações e de conteúdos virtuais, muitos são os riscos em que nos colocamos. Para evitarmos maiores transtornos, é necessário que tenhamos muita clareza dos nossos princípios e que estejamos muito instalados na realidade. Caso contrário, entraremos em um mundo criado, um mundo de faz de conta, que faz muito mais mal do que bem.
Hoje, quero trazer para os pais, ou melhor, especialmente para as mães, um ponto fundamental para que não entrem em crise constante na maternidade: “Nem tudo o que reluz é ouro”.
Vamos lá, sendo mais clara: vivemos um tempo de “influencers” digitais, ou seja, muitos se acham aptos a influenciar a vida de outros e começam a expor suas ideias, costumes e conhecimentos nas redes sociais. Tornam-se figuras públicas e nem sempre se restringem a falar sobre aquilo que de fato têm conhecimento ou são especialistas. Começam a dar opiniões sobre os mais diversos assuntos e, nem sempre, com consciência da real responsabilidade que essa posição “pública” traz consigo. Existem inclusive situações piores: mães que resolvem expor sua família e seus pensamentos particulares, sem nenhum conhecimento teórico e prático mais amplo, tornando-se modelos de como educar os filhos. Ocorre que muitas mães, ávidas por acertarem e por encontrarem receitas perfeitas na educação de seus filhos, passam a seguir as mais atabalhoadas orientações ou até mesmo a idealizar as famílias que encontram nas redes, passando a olhar para a sua própria família como uma caricatura mal produzida daquele ideal que assistem on-line.
Quero aqui fazer alguns alertas:
Mães, cuidado com quem escolhem como influenciadores. Conhecem os valores dessas pessoas? Percebem coerência entre o que dizem e mostram?
Especialistas, de fato, além de conhecerem a teoria envolvida no processo educativo, certamente terão uma experiência prática perceptível e, um dos sinais disso, será a humildade e coragem de falar sobre as dificuldades que são comuns no processo, os erros que já cometeram, os desafios que exigem flexibilidade e sabedoria no agir.
Nenhuma família é perfeita, nenhum filho nasce virtuoso ou inclinado somente ao bem, nenhuma mãe tem paciência o tempo todo, nenhum casal vive um companheirismo perfeito o tempo todo. Viver pressupõe enganos, dificuldades, desarmonias e lutas. O que sim, podemos encontrar, são pessoas conscientes das batalhas diárias para chegarem à meta que têm, mas nunca sem tropeços.
Cada pessoa é única e irrepetível. Deus nos fez assim. Exatamente por isso, sua família jamais será igual à de outra pessoa, seus filhos serão diferentes e a dinâmica será outra. Graças a Deus é assim. Lembrem-se: “Deus não erra”, se Ele nos fez assim, assim é o melhor.
Cada vez mais, encontro mães descontentes com seus companheiros, por não serem pais tão bons quanto “fulano”; com seus filhos, por não serem tão obedientes ou colaborativos como os filhos da “sicrana”. Mães que gostariam de não trabalhar, mas isso não é possível em sua realidade…. enfim, pessoas que estão se deixando levar por ilusões e perdendo a conexão com a riqueza da sua própria circunstância. Estão deixando de aprender o que podem aprender e de crescer o que podem crescer com a realidade que têm em mãos. Cuidado, esse movimento é muito nocivo. Olhem para as redes sociais com cautela – nem sempre as coisas realmente são como parecem ser. Vivam sua realidade com sabedoria e determinação para fazer dela o melhor possível. Isso sim vale a pena!
