Hoje respondo à seguinte pergunta do Ariovaldo Martins: “Existe algum pecado considerado mais grave? Algum que não tenha perdão? E é verdade que existem pecados que só podem ser confessados a bispos e não a padres?”.
Claro que existem pecados considerados graves. A Igreja sempre chamou tais pecados de “pecados mortais”, ou seja, pecados que destroem em nós a vida da graça, pecados que destroem o amor no coração do homem por uma infração da lei de Deus. O pecado mortal desvia o homem de Deus. Neste sentido, qualquer desobediência consciente e livre e deliberada de um dos dez mandamentos é pecado grave.
Peca gravemente quem não ama a Deus, quem não respeita o nome sagrado de Deus, quem não guarda o dia do Senhor, quem não respeita a sacralidade da família, quem atenta contra a vida, quem banaliza o sexo, quem peca contra a justiça lesando ou roubando alguém, quem destrói a honra de alguém com a mentira e a calúnia, quem não é fiel no casamento, quem deseja e ambiciona o que é dos outros.
Você me pergunta se há pecados tão graves cuja absolvição é reservada ao bispo. A resposta é sim. Há pecados gravíssimos que cabe ao bispo discernir se a pessoa deve ser absolvida ou não. Aqui vão eles. Preste atenção:
- A apostasia, a heresia e o cisma. Estes pecados se castiga com a excomunhão.
- Quem denuncia falsamente um confessor ou um superior eclesiástico.
- Os praticantes do aborto.
E há, enfim, o pecado contra o Espírito Santo, que não tem perdão. E por que não tem perdão? Não porque Deus não queira, mas porque a pessoa não quer. É o caso da pessoa que nega a misericórdia de Deus.
Eu penso, que todo pecado deve ser considerado grave, porque consiste num não a Deus. E um não a Deus ainda que em matéria leve pode criar um hábito em nós a ponto de acabarmos por dizer um não que nos impossibilita a vida em Deus, a amizade com Deus de forma definitiva.