A Cleuza Maria, de Guarulhos (SP), escreveu-me com a seguinte dúvida: “Por que os protestantes não acreditam nos santos?”
Não sei Cleuza, mas eu acho que eles acreditam à sua maneira. Com certeza, eles cultivam a memória de homens e mulheres que se doaram à comunidade, que cuidaram com amor dos pequenos e pobres, que foram zelosos pastores à frente de suas comunidades. Eles podem não os chamar de santos, mas os veneram como homens justos e bons.
Nós católicos, porém, damos um passo a mais. Nós entendemos que esses homens e mulheres de vida espiritual profunda, de profunda comunhão com Deus e que viveram o mandamento do amor a Deus e ao próximo até às últimas, são santos. Eles deram um sim alegre e feliz ao chamado de Deus à santidade. E pronto.
Nós católicos entendemos ainda que os santos são, como dizia Dom Paulo Evaristo Arns, nossos heróis e nossos amigos. Cremos que eles intercedem por nós. Jesus, é claro, é o único mediador entre nós e o Pai. Mas assim como nós neste mundo intercedemos por nossos entes queridos junto às autoridades, os santos, por causa de seus merecimentos, intercedem junto a Deus por nós. Quando agradecemos às graças recebidas, nós sabemos que é Deus quem nos concede as graças.
Nós católicos também entendemos que os santos são nossos modelos. Eles nos ensinam com a palavra e o exemplo, com a sua vida, que é possível viver intensamente os caminhos de Deus.
A diferença maior, também, é que os evangélicos entendem que a morte é um sono profundo. Nós entendemos que na casa do Pai, como Jesus disse, há muitas moradas. Creio que já basta para você entender as razões de nossa veneração aos santos. Fique com Deus, Cleuza.