Amparo Maternal celebra expansão de vagas e lança revista comemorativa

Luciney Martins/O SÃO PAULO

No dia 8, data em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, a Associação Amparo Maternal, na Vila Clementino, que atua há 84 anos no acolhimento social e na assistência à saúde de gestantes e seus bebês, celebrou uma nova conquista em sua história. O centro de acolhida dobrará o número de vagas de 50 para 100 mulheres. Além disso, passará a receber também mães grávidas e puérperas que tenham filhos com até um ano de vida.

A mudança foi publicada no Diário Oficial do Município nessa mesma data, e aguarda a assinatura do contrato do convênio entre a Prefeitura e a Associação. Para marcar o ato, foi realizado um café da manhã das acolhidas com a presença do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e do secretário municipal do Desenvolvimento Social, Carlos Bezerra Júnior.

O Amparo Maternal batalhava pela expansão dos acolhimentos desde 2021, quando a necessidade do serviço prestado aumentou exponencialmente. O trabalho é realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e regulado pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que recebe as acolhidas dos mais diversos perfis: gestantes que sofreram violência física, sexual e psicológica, mulheres em situação de rua, usuárias de substâncias psicoativas (SPAs) e, de forma crescente nos últimos anos, refugiadas.

SERVIÇO

Antes, as mulheres podiam ingressar na casa desde o início da gestação e permaneciam até seus filhos completarem 6 meses. Com a mudança, o prazo de permanência das mães é até que as crianças completem 1 ano de idade.

“Chegar a essa nova realidade significa olhar para a necessidade atual dessas mulheres em situação de vulnerabilidade social e atendê-las da forma mais adequada possível”, comemorou Lorenna Pirolo, diretora-presidente do Amparo Maternal desde julho de 2021.

Por meio de assistentes sociais, psicólogas, orientadoras socioeducativas, pedagoga e agentes operacionais, o Amparo Maternal realiza um trabalho social individualizado, contribuindo para restaurar e preservar a integridade de mulheres, gestantes e seus filhos. Esse trabalho favorece o processo de reconstrução de vida, a reinserção social, familiar e comunitária, o desenvolvimento de habilidades para autonomia e geração de renda por meio de atividades pedagógicas, artesanais e motivacionais.

Ricardo Nunes elogiou o trabalho do Amparo Maternal, destacando-o como fundamental para o atendimento de uma das parcelas mais vulneráveis da sociedade. “Por isso, nós dobramos o número de atendimento da instituição, por vermos a necessidade de atendimento às mulheres num momento tão delicado quanto a gestação, em situação de pobreza, vítimas de violência, que tiveram que deixar suas casas, cidades e até países fugindo de algum agressor. É um momento em que elas estão muito vulneráveis e precisamos ter vagas para acolhê-las”.

CAMPANHA

Esses não são, porém, os únicos motivos para comemoração do Amparo Maternal. A entidade também celebra o bom êxito da campanha Amparo pela Vida, realizada ao longo de 2022, para angariar recursos para continuar a manter o Centro de Acolhida.

Embora haja convênio com a Prefeitura, o poder público custeia apenas 60% do serviço. Por isso, mês a mês, a atual diretoria do Amparo busca doações para complementar o custeio desse espaço de acolhimento.

Desde fevereiro de 2021, a maternidade ligada ao Amparo Maternal, com atendimento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é gerida de forma independente do Centro de Acolhida, pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM). Porém, todas as questões de patrimônio da entidade permanecem sob a responsabilidade da Associação Amparo Maternal, bem como os passivos financeiros, valor que a atual gestão conseguiu reduzir de R$ 6,5 milhões para R$ 5 milhões.

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Ao todo, entre doações e empresas e pessoas físicas, eventos, promoções e o direcionamento de créditos do cupom fiscal para a entidade, com o apoio de paróquias e outras organizações eclesiais, foram arrecadados R$ 1,5 milhão. Esse valor possibilitou o custeio total do serviço ao longo do ano, adequações prediais e reinserção de parte das acolhidas no mercado de trabalho.

Segundo a diretora, ainda há muito a ser feito para que o Amparo Maternal possa não só se manter, como melhorar a qualidades dos serviços prestados e sanar a dívidas. Por isso, em maio, será lançada a nova edição da campanha Amparo pela Vida, cuja meta é arrecadar R$ 2 milhões.

REVISTA

Como fruto da campanha Amparo pela Vida, foi lançada, no dia 8, a revista Amparar para dar visibilidade ao trabalho do Amparo Maternal e às pessoas e organizações comprometidas com essa causa. Além disso, a publicação visa a dar visibilidade a outras instituições do chamado terceiro setor.

 A revista também apresenta uma prestação de contas do primeiro ano da campanha de arrecadação, os números de atendimentos e as perspectivas para 2023.

No último ano, foram realizados 5,8 mil atendimentos individualizados, mediados com outras políticas públicas; 4,6 mil atividades socioeducativas com o apoio de 70 voluntários. Em 2022, 100% das mulheres acolhidas no Amparo Maternal tiveram o cuidado do pré-natal, 100% das crianças acolhidas tiveram o cuidado pediátrico. “Além de acolher e salvar vidas, o Amparo Maternal contribui com a redução de mortalidade materna e infantil”, acrescentou a diretora.

Para acessar a versão digital da revista Amparar e obter outras informações sobre como colaborar com a entidade, acesse: https://www.amparomaternal.org/.

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Aracy Aparicio
Aracy Aparicio
1 ano atrás

Lorenna, seu dinamismo, ânimo, coração, aliados a sua coragem, força e principalmente a Deus lhe conduziram ao lugar que sempre foi seu por merecimento