Arquidiocese de São Paulo estreita diálogo com Dicastério para a Comunicação da Santa Sé

Nos dias 3 e 4, os membros do Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação na Arquidiocese de São Paulo realizaram uma visita aos departamentos do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé. A visita teve como objetivo estreitar as relações entre a Arquidiocese de São Paulo e a Santa Sé no âmbito da comunicação e conhecer melhor o recente processo de integração das mídias vaticanas. 

Arquivo pessoal

O Padre Michelino Roberto, Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação na Arquidiocese de São Paulo, o Padre Bruno Muta Vivas, responsável pelas mídias digitais, e Fernando Geronazzo, assessor de imprensa, foram recebidos pelo Prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, e pelo secretário do Dicastério, Monsenhor Lucio Adrian Ruiz. Também participaram do encontro Alessandro Gisotti, vice-diretor editorial, Andrea Monda, diretor do jornal L’Osservatore Romano, Stefano D’Agostini, coordenador do Departamento de Produção do Vatican Media; Silvonei José Protz, diretor da seção brasileira do Vatican News e Rádio Vaticano; e Cristiane Murray, vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé. 

O processo de integração dos meios de comunicação da Santa Sé foi concretizado em 2015, quando o Papa Francisco instituiu a Secretaria de Comunicação, com a tarefa de reestruturar inteiramente, por meio de um processo de reorganização e de incorporação, “todas as realidades que, de vários modos, até hoje se ocuparam da comunicação”, para “responder cada vez melhor às exigências da missão da Igreja”. 

O novo organismo da Cúria Romana integrou o Centro Televisivo Vaticano, Livraria e Editora Vaticana, L’Osservatore Romano, Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Rádio Vaticano, Sala de Imprensa da Santa Sé, Serviço Fotográfico, Serviço de Internet do Vaticano e Tipografia Vaticana. Em 2018, o Santo Padre alterou o nome do organismo, que passou de Secretaria a Dicastério para a Comunicação. 

SINERGIA, CONVERGÊNCIA E COMUNHÃO 

A palavra sinergia pauta o processo de integração de mídias da Santa Sé. Esse esforço conjunto ao qual são chamadas as grandes instituições, no Vaticano, tem um sentido mais profundo, pois corresponde, na prática, à comunhão, realidade que faz parte da natureza da Igreja. Paolo Ruffini enfatizou que a convergência de mídias é um fato que não pode ser ignorado e que não é possível pensar a comunicação de forma isolada nas diferentes plataformas, mas tudo converge para um único fim: comunicar o Evangelho. 

Os membros do Dicastério para a Comunicação sublinharam, ainda, que a sinergia buscada pela mídia vaticana também diz respeito às relações com as igrejas particulares. Por isso, consideram positivo o interesse da Arquidiocese de São Paulo de conhecer o processo de integração realizado pela Santa Sé. “A nossa comunicação é mais eficaz quando vocês e nós estivermos em constante e permanente contato”, afirmou Ruffini. 

Monsenhor Lucio Ruiz acrescentou que a integração, de uma parte, foi motivada por uma resposta à atual cultura “hiper-convergente”, e, por outra, é fruto de um desejo do Papa e, portanto, é um “processo petrino”, cuja fecundidade é vista quando as igrejas particulares se inspiram nesse caminho. 

TRABALHAR JUNTOS 

Há mais de 30 anos na comunicação vaticana, Silvonei José salientou que o primeiro desafio no processo de integração foi o da mudança de mentalidade dos profissionais, acostumados a trabalhar sozinhos em seus departamentos e agora trabalhar em conjunto. “Essa mudança de cultura não é fácil. No entanto, os objetivos são comuns, e isso nos motiva a trabalhar juntos”, disse. 

“Hoje, percebemos que os profissionais vivem uma rica experiência de diálogo permanente, que possibilita troca de opiniões e uma maior relação das equipes dos diversos idiomas e plataformas”, completou Paolo Ruffini, acrescentando que a vontade de integração agora parte naturalmente dos profissionais. 

Cristiane Murray destacou que, antes da integração, a Sala de Imprensa da Santa Sé era um organismo autônomo. “Atualmente, trabalhamos em sinodalidade, seja o Vatican Media, que nos envia as fotos que encaminhamos aos jornalistas, seja a direção editorial, para combinarmos a publicação de documentos e mensagens, com a Secretaria de Estado e os demais dicastérios. Portanto, aprender a caminhar juntos foi importante desde o começo e, agora, sentimos como é bom trabalhar juntos, em grupo, em ver os resultados alcançados. Então, as dificuldades iniciais se tornaram satisfação”, relatou. 

ÚNICO EVANGELHO 

A sinergia e a comunhão das mídias vaticanas também são expressas no conteúdo veiculado. Paolo Ruffini afirmou que, ao contrário de outros meios de comunicação comerciais, não há dúvidas sobre a “linha editorial” da Santa Sé. “A nossa linha editorial é claríssima: a Igreja, o Papa… A raiz do nosso conteúdo é, portanto, o Evangelho”, frisou. 

Existe o risco que diz respeito a nós e à toda a Igreja: o de não se sentir na comunhão, concretamente, se esquecemos outra língua ou determinado meio. Por isso, o melhor modo de evitar esse risco é que cada um saiba o que está acontecendo. O segredo não é o técnico, mas o da comunicação em si mesma, é redescobrir a beleza de falar-se, de compartilhar. 

Para isso, o Centro Editorial Multimídia do Vaticano conta com uma rede interna na qual todos os profissionais têm acesso, em tempo real, às informações necessárias para a produção de conteúdo, desde a agenda de compromissos do Papa, publicação de documentos, homilias e discursos, datas comemorativas e assuntos que merecem maior atenção. São realizadas reuniões periódicas dos diretores para avaliar quais conteúdos merecem destaque e em quais formatos devem ser veiculados. 

PRÓXIMOS PASSOS 

Padre Michelino avaliou positivamente a visita ao Dicastério para a Comunicação. “Pouco depois da integração da comunicação no Vaticano, nós iniciamos o processo de integração dos nossos meios e muito do que vimos já conseguimos colocar em prática”, afirmou o Vigário Episcopal, reforçando que o diálogo com a Santa Sé inspirará os próximos passos e ajudará a estreitar a sinergia com as mídias vaticanas. 

“Se conseguirmos trabalhar juntos, em comunhão, seremos mais fortes e iremos mais longe, chegaremos mais ao coração das pessoas, das famílias. Queremos colaborar para que a Boa-Nova também chegue à imprensa laica e, consequentemente, se difunda por toda a sociedade”, completou. 

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