Dom Odilo: a Igreja tem bens não para acumulá-los, mas para exercer sua missão

Arcebispo tratou sobre o assunto em seu programa diário de rádio

Na memória litúrgica de São Lourenço, diácono e mártir, na quarta-feira, 10, o Cardeal Scherer falou, no programa “Encontro com o Pastor”, na rádio 9 de Julho,  sobre a biografia deste Santo que viveu na primeira metade do século III, com responsabilidades na administração dos bens da Igreja voltados para prover as necessidades dos mais pobres.

No ano de 258 d.C, por meio de um decreto, o Imperador Valeriano determinou a morte de clérigos, o que culminou no assassinato do Papa Sisto II em 6 de agosto daquele ano. São Lourenço, então responsável pelas atividades caritativas na Diocese de Roma, foi a princípio poupado, mas sob uma condição: que entregasse ao imperador os “tesouros da Igreja”.

“São Lourenço, então, apresentou ao imperador os pobres, muitos pobres, e os dizendo: ‘Estes são a riqueza da Igreja’. O imperador, então, ficou muito furioso e mandou condenar à morte o Diácono São Lourenço, que foi executado de maneira cruel, foi praticamente assado vivo em uma grelha [era 10 de agosto daquele ano], uma tortura horrível, mas ele suportou tudo por amor a Cristo e por amor aos pobres”, recordou Dom Odilo, ao falar do Santo que também é o padroeiro dos diáconos permanentes.

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OS BENS DA IGREJA

Ainda hoje, conforme lembrou Dom Odilo, muitos se perguntam: “Onde estão as riquezas da Igreja?”, pensando em uma perspectiva acumulativa.

Dom Odilo apontou, entretanto, que a Igreja precisa de bens – imóveis, objetos, automóveis e  dinheiro – para manter seus trabalhos e “não para acumular, não para ter riquezas, pois tudo isso é colocado para a Igreja exercer bem a sua missão”.

O Arcebispo lembrou, ainda, que nas diferentes estruturas eclesiais, desde as paróquias, muitos dos bens da Igreja são partilhados com os mais pobres e necessitados.

Também recordou que a Arquidiocese de São Paulo todo mês contribui com um fundo que ajuda as dioceses mais pobres do Brasil a manter o mínimo de suas estruturas e realizar atividades de evangelização e formação de novos sacerdotes.

Este é o projeto Comunhão e Partilha, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio do qual cada diocese – seja ela pequena ou grande – doa da sua receita ordinária 1% mensalmente para ajudar as dioceses mais pobres.

“O bem da Igreja é, acima de tudo, as pessoas, e o maior bem, a maior riqueza da Igreja, é a sua fé: o Evangelho vivido e acolhido, Jesus que continua a viver na Igreja e vai ao encontro do povo”, concluiu.

OUÇA A ÍNTEGRA DO ENCONTRO COM O PASTOR – 10.08.2022

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