Festival Halleluya: evangelização juvenil, arte, música e solidariedade

Evento organizado pela Comunidade Católica Shalom aconteceu no Largo da Batata, no domingo, 19

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, presidiu no domingo, 19, a missa de abertura do Festival Halleluya, no Largo da Batata, em Pinheiros. Ao longo do dia, o evento contou com momentos de evangelização, atividades artísticas e esportivas, além de ações solidárias, como arrecadação de alimentos e agasalhos. 

Após dois anos sem acontecer devido à pandemia de COVID-19, o Halleluya, idealizado e organizado pela Comunidade Católica Shalom, voltou a ser presencial em São Paulo, em sua 4º edição. 

Ao longo do dia, cerca de 7 mil pessoas participaram de shows de artistas católicos – Fraternidade João Paulo II, Diego Fernandes, Naldo José, Missionário Shalom, Yuri Costa, Davidson Silva e Adoração e Vida –, da adoração ao Santíssimo Sacramento e puderam ir ao Espaço da Misericórdia e ao Beco do Rolê, um espaço jovem com expressão da arte de rua, como rap, skate, grafite e DJs. 

‘JOVENS EVANGELIZANDO JOVENS’ 

“O Halleluya é um momento de evangelização, de experiência de Deus por meio da música, das mais variadas expressões de artes, dos testemunhos e partilhas da forma como os jovens católicos vivem sua fé inseridos no mundo atual”, disse Dom Odilo, na homilia. 

O Arcebispo mencionou que a metodologia da Comunidade Católica Shalom tem dado frutos e aproximado os jovens de Deus: “Este é um momento de celebração da fé, é um dia propício para evangelizar e se abrir às manifestações de Deus. Aqui, encontramos a metodologia de jovens evangelizando outros jovens, de um jeito jovem, com a linguagem dos jovens”. À reportagem, o Arcebispo ressaltou que o Halleluya acontece durante o sínodo arquidiocesano que, entre suas diretrizes, tem o papel de repensar a atuação dos jovens na Arquidiocese. “Que possamos ir ao encontro dos jovens onde eles estão, uma vez que eles são o presente e o futuro da Igreja”, ressaltou. 

PORTAS ABERTAS 

No Largo da Batata, jovens, crianças, famílias inteiras, sacerdotes, missionários e membros de comunidades de vida e aliança se uniram para louvar a Deus, cantando, dançando e testemunhando o amor e a presença de Cristo em meio à sociedade. 

Evelyn Frade, 21, passava pelo local apressada, pois estava atrasada para o trabalho. Entretanto, quando ouviu no palco a Fraternidade João Paulo II, parou por alguns instantes. “Como é bom ver a Igreja que vai ao encontro dos jovens na rua. Fiquei surpresa e feliz com esta iniciativa”, afirmou. 

A Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrate, ao lado do Largo da Batata, abriu suas portas para acolher as atividades do Halleluya. Dentro do templo, os jovens e participantes do evento encontravam o Espaço da Misericórdia, adoração ao Santíssimo Sacramento, missionários da Shalom realizando aconselhamentos e padres disponíveis para Confissões. 

“O Halleluya se propõe a evangelizar os jovens. É nossa missão, como paróquia, acolher, ser suporte e extensão do evento”, afirmou o Padre Vandro Pisaneschi, Pároco, destacando ainda “que permanecer com as portas abertas é sinal de uma igreja que acolhe, se põe em saída e faz ecoar o Evangelho”. 

ESPAÇO DE MISERICÓRDIA E SOLIDARIEDADE 

Ao longo do dia, 176 pessoas foram atendidas nas Confissões. “Participar do Halleluya é uma nova experiência de encontro pessoal e comunitário com Deus. Aqui, somos jovens em uma extensão de nossas paróquias e comunidades”, disse Alysson Damião da Silva, 21, assistente administrativo, enquanto aguardava sua vez na fila da Confissão. Nos dois anos anteriores, o Halleluya aconteceu no formato on-line e, em 2020, no auge da pandemia, surgiu o “Halleluya Solidário”, com a proposta de arrecadar recursos para os projetos sociais mantidos pela Comunidade Católica Shalom.

Na tenda da Promoção Humana, os missionários acolhiam as doações de alimentos e roupas que serão destinadas às várias obras sociais mantidas pela entidade nos bairros de Taipas, Santana, Perdizes e nas ações às pessoas em situação de vulnerabilidade social no centro da capital.

Gizelia Luz, 39, foi ao evento com os filhos Thiago, 15, Mariana, 11, Thomas, 6, e a sobrinha Julia, 10. “A solidariedade aquece nosso coração. Doar é compartilhar com o irmão as bênçãos que Deus, em sua infinita generosidade, nos concede”, afirmou. 

FÉ E ESPERANÇA 

Breno André Alves Dias, missionário Shalom e responsável pela Missão em São Paulo, enfatizou que o evento, com duração de 12 horas, foi marcado por expressões de fé e de encontro pessoal com Cristo. 

“Nossa missão é aproximar os jovens e as pessoas para Deus por meio da música ou de alguma expressão de arte inserida na cultura local”, comentou. 

Eleny Rodrigues, coordenadora apostólica da Comunidade Shalom São Paulo, ressaltou que a cultura ressignifica e aproxima os jovens, além de manifestar o sentido de vida no meio da cidade. “O Halleluya é um ambiente para todos – capaz de reunir tantas pessoas, de diferentes idades, gostos e culturas em um só lugar. É a oportunidade para celebrar a alegria em família”, disse, recordando que a esperança é o tema que move esta edição. 

“A esperança é a base que nos move neste pós-pandemia e impulsiona o Halleluya. Nossa missão é fazer o anúncio dessa esperança que é Cristo Ressuscitado, por meio da alegria, da música, da tecnologia, da interação, da cultura, da arte, das obras sociais e das ações de promoção humana”, finalizou. 

BECO DO ROLÊ – No local, ao longo do dia, aconteceram campeonato de rap, circuito de skate, e DJs animaram os momentos de dança. “Fiquei impressionada com tudo. Aqui dancei, cantei, aprendi a andar de skate, e, o mais importante, senti Deus presente na minha vida e Dele não quero mais me afastar”, disse Leticia Andrade Alves, 16, que foi ao Halleluya a convite de uma amiga. 

GRAFITE – O grafite no Halleluya permitiu aos jovens se expressarem por meio da arte. 

SKATE – No Halleluya, este esporte com forte identificação com a juventude, foi uma das formas de atrair mais pessoas para o evento. “O skate me ajuda a cair, a me levantar a me superar a cada dia. Assim é também minha caminhada com Cristo: posso cair, mas sei que com a mão de Deus eu posso me reerguer. É um contínuo equilibrar-se”, contou Daniele Goes, 28, jornalista. 

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