Haiti: situação no país centro-americano chama a atenção da comunidade internacional

O Haiti, nação mais pobre das Américas, com uma população de 11 milhões de habitantes, enfrenta uma aguda crise política, econômica, de segurança e de saúde, que paralisou o país e provocou um colapso da lei e da ordem. 

ACN
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Protestos e saques abalam o país desde 11 de setembro, quando o governo anunciou o fim dos subsídios aos combustíveis e, consequentemente, um aumento no preço da gasolina e do diesel, o que produziu um efeito dominó desastroso para o restante da economia. 

O maior terminal de importação de combustíveis do país, em Varreux, é controlado por poderosas quadrilhas armadas. 

Há escassez de alimentos, lojas e empresas fechadas e o transporte público não existe mais em vilas e cidades que são assoladas pelo crime organizado. Gangues em guerra entre si atacaram e saquearam armazéns, roubando alimentos destinados a quase 250 mil pessoas entre os mais vulneráveis do Haiti, que enfrentam fome. No momento, quase 40% dos haitianos dependem de alimentos doados pela comunidade internacional. 

IGREJA 

Em meio ao caos, mais uma vez os bispos haitianos lançaram um grito de alerta sobre a gravidade da conjuntura, em nome de toda a Igreja presente no país caribenho: “O contexto de pobreza e insegurança que se espalha por toda parte mostra claramente que nossas autoridades estatais não têm a capacidade de trazer o país de volta à normalidade, como deveria ser feito […]. A situação é grave, assim como a miséria. O povo precisa viver e ter todo o direito de fazê-lo com respeito e dignidade”, conforme consta no documento emitido pela Conferência Episcopal do Haiti. 

SITUAÇÃO CAÓTICA 

A violência e a corrupção são galopantes, a população está em situação de extrema pobreza, as catástrofes naturais que frequentemente atingem a ilha e a pandemia de COVID-19 agravaram a situação, aprofundando a instabilidade política, desde o assassinato do presidente da República, Jovenel Moïse, há pouco mais de um ano. A Igreja compartilha o caos institucional, econômico e social que há anos afeta o país e a dor de quem é vítima de sequestro, estupro e violência. Padres, freiras e agentes pastorais que continuam sua missão estão expostos a ataques como sequestros, roubos e agressões. 

ONU 

No domingo, 9, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o português Antonio Guterres, pediu ao Conselho de Segurança da entidade, por meio de uma carta, o envio imediato de uma força armada especial ao Haiti para estancar a crescente insegurança, já que o país, além da crise social e econômica, enfrenta a ameaça de uma epidemia de cólera. 

Em sua carta, Guterres sublinhou a necessidade de restaurar a segurança para garantir o acesso a suprimentos e serviços, proteger a infraestrutura de transporte e os terminais de petróleo e combater a violência desenfreada das gangues. 

A ONU alertou sobre uma possível explosão de casos de cólera no país. Pelo menos 12 casos da doença foram confirmados e outros 152 suspeitos relatados, embora se acredite que os números reais possam ser muito maiores. 

Com informações de UCA News, Agência Fides e Vatican News 

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