Com diferença de 2,1 milhões de votos, petista superou o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL)
*Notícia atualizada em 01/11 – 21h
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 77 anos, voltará a governar o Brasil a partir de 1o de janeiro de 2023. Presidente da República entre 2003 e 2010, o petista venceu no domingo, 30 de outubro, em 2o turno, a disputa pelo Planalto contra Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição.
Lula foi o escolhido por 60,3 milhões de eleitores (50,9% dos votos válidos), enquanto 58,2 milhões de pessoas votaram em Bolsonaro (49,1% dos votos válidos). A diferença entre eles foi próxima a 2,1 milhões de eleitores, a menor da história em uma eleição presidencial pós-redemocratização.
Dos mais de 156,4 milhões de eleitores aptos a votar, 32,2 milhões não compareceram às urnas, 20,58% do total, índice de abstenção menor que o registrado no 1o turno, quando 32,7 milhões de pessoas não foram às urnas. No 2o turno, o percentual de votos brancos foi de 1,43% (1,73 milhões de eleitores) e de nulos 3,16% (3,93 milhões de eleitores).
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‘NÃO EXISTEM DOIS BRASIS’
A vitória de Lula foi confirmada perto das 20h do domingo, quando mais de 98% das urnas estavam apuradas. Minutos depois, o petista discursou em um hotel em São Paulo, ao lado de apoiadores e do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB).
“A partir de 1o de janeiro de 2023, vou governar para 215 milhões de brasileiros e brasileiras, e não apenas para aqueles que votaram em mim. Não existem dois Brasis, somos um único país, um único povo, uma grande nação”, afirmou Lula.
Diante da intensa polarização que marcou a eleição presidencial, Lula também se comprometeu a “encontrar uma saída para que este País volte a viver democraticamente, harmonicamente”, e lembrou que para governar o Brasil precisará de “todos os partidos políticos, trabalhadores, empresários, parlamentares, governadores, prefeitos e gente de todas as religiões”.
Lula ressaltou que a prioridade número 1 de seu governo será o combate à fome e à miséria, falou na retomada de programas sociais criados quando presidiu o Brasil entre 2003 e 2010, como Minha Casa, Minha Vida; indicou que realizará conferências nacionais em diferentes temas para decidir políticas públicas; disse que seu governo terá como meta o desmatamento zero da Amazônia; e que se abrirá ao diálogo com diferentes países, a fim de “reconquistar a credibilidade, a previsibilidade e a estabilidade do País, para que os investidores – nacionais e estrangeiros – retomem a confiança no Brasil”.
Ainda na noite de domingo, por meio de pronunciamentos, os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pa- checo (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, cumprimentaram Lula pela eleição, assim como o fizeram chefes de Estado de diferentes nações. Apenas na tarde da terça-feira, dia 1o, Bolsonaro se manifestou pela primeira vez após as eleições, e não deixou explícito se aceitará ou não o resultado das urnas, mas autorizou as tratativas para a transição de governo.
ELEIÇÃO BRASILEIRA REPERCUTE NA IMPRENSA INTERNACIONAL
The Guardian (Reino Unido)
Pobreza, habitação e a Amazônia: os focos de Lula como presidente eleito do Brasil
El Clarín (Argentina)
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Le Monde (França)
Da prisão à Presidência brasileira: o retorno espetacular de Lula, mas com uma vitória decepcionante
Público (Portugal)
Brasil escolheu a democracia e voltou a eleger Lula
Corriere dela Sera (Itália)
Lula é eleito presidente em um Brasil dividido
The New York Times (EUA)
Brasil expulsa Bolsonaro e traz de volta ex-líder de esquerda, Lula