Na manhã do sábado, 5, o Papa Francisco se deslocou de helicóptero ao Santuário de Nossa Senhora Fátima, em Portugal, para rezar o Terço com os jovens enfermos e cerca de 200 mil peregrinos reunidos diante da capelinha das aparições da Virgem Maria aos três pastorinhos em 1917.
“Rezamos o terço, uma oração muito bela e vital porque nos põe em contato com a vida de Jesus e de Maria, meditamos os mistérios gozosos, da alegria, que nos lembram que a Igreja não pode ser senão a casa da alegria”, afirmou o Pontífice, no discurso espontâneo feio após a oração.
O Santo Padre afirmou, ainda, que a capelinha das aparições constitui “uma bela imagem da Igreja acolhedora e sem portas”. “É um santuário a céu aberto no coração desse recinto, para que todos possam entrar”, acrescentou.
“Estamos aqui para receber este grande abraço materno de Maria, como Igreja”, continuou Francisco, sublinhando que Nossa Senhora foi a primeira que peregrinou, quando, após a anunciação do Anjo, saiu apressadamente para visitar Santa Isabel, com o desejo de ajudar, de estar presente.
MÃE APRESSADA
“A vocação de Maria, podemos dizer, é a de uma virgem que corre. Toda vez que temos um problema, a invocamos e ela se apressa, ela vem logo. Nossa Senhora se apressa para estar conosco, porque é mãe”, disse o Papa, ressaltando que Maria acompanhou a vida de Jesus, não se escondeu depois da ressurreição, acompanhou a Igreja que começou a crescer após Pentecostes e continua a acompanhar.
“Cada vez que vimos aqui recordamos isso: Maria quis estar de uma maneira especial para que a incredulidade de muitos corações se abra a Jesus. Com a sua presença ela nos indica Jesus”, reforçou o Bispo de Roma.
Convidando os fiéis a olharem para a imagem de Nossa Senhora, o Papa os exortou a refletirem sobre o que ela indica para cada um, sobretudo, aquilo que não está bem em seus corações.
“Sintamos a presença de Maria, a mãe que sempre indica o que Jesus nos diz, mas também é a mãe que indica a Jesus aquilo que nós pedimos. Que ela nos abençoe a todos”, concluiu o Santo Padre.
PEREGRINO
Ao saudar o Papa, o Bispo de Leiria-Fátima, Dom José Ornelas, ressaltou que o Francisco veio ao Santuário como um peregrino, lembrando que nesse lugar se reza especialmente pelo “ministério de Pedro na Igreja”.
O Bispo sublinhou a oração pela paz, tão caraterística da mensagem de Fátima, evocando a guerra na Ucrânia e outros conflitos que, no mundo, hipotecam o futuro dos jovens. “Juntamo-nos na oração de Vossa Santidade pela paz, com a qual este Santuário profundamente se identifica, tendo particularmente em atenção a guerra na Ucrânia e em tantos outros focos de conflito no mundo, que atingem dramaticamente a vida e o futuro, sobretudo das crianças e dos jovens”, disse.
Lembrando o sofrimento dos pastorinhos de Fátima, Dom José evocou também as “crianças e jovens vítimas da doença, da pobreza, da fome, de todo o tipo de conflito, dos abusos, das injustiças e da exclusão dos mais frágeis”.
A saudação do Bispo, que também é Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, terminou com a referência à Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 e um apelo para que cada um se levante do comodismo e da indiferença, “como ensina Maria, nesta JMJ, celebrando a alegria de sermos Igreja que sonha, particularmente com os seus jovens, o sonho de Jesus para um mundo mais humano”.
EM LISBOA
Após o momento de oração, o Papa retornou a Lisboa para dar continuidade à programação da sua viagem apostólica à Portugal, que, neste sábado, ainda prevê um encontro privado com os membros da companhia de Jesus (Jesuítas) e a vigília de oração com os jovens no Parque Tejo, às 20h45 (16h45 no Brasil).
(Com informações do Santuário de Fátima)
