340 milhões de cristãos são perseguidos no mundo

Dados divulgados pela ONG ‘Open Doors’ indica que a COVID-19 agravou a situação

Há mais de 340 milhões de cristãos no mundo, cerca de um em cada oito, que sofrem um alto nível de perseguição e discriminação, um fenômeno que para 309 milhões desses fiéis se torna até “extremo” em 50 países. Esta é a denúncia do relatório anual da ONG Open Doors apresentado no dia 13, em Roma.

Igreja destruída na Síria (Foto: Vatican News)

O trabalho da equipe de pesquisadores da Open Doors, empenhada em monitorar a situação dos cristãos em 100 nações ao redor do mundo, revelou um agravamento substancial das situações de vulnerabilidade de cristãos individuais e comunidades de crentes expostos à perseguição, devido à pandemia de COVID-19 que criou um contexto pretextual para novas restrições à liberdade religiosa e fomentou a agilidade de grupos fundamentalistas e criminosos.

Aumentam as mortes de cristãos

O documento afirma que “a perseguição anti-cristã está crescendo em termos absolutos”. Estima-se que no último ano o número de cristãos mortos foi de 4.761 (uma média de 13 por dia) com um aumento de 60% e a Nigéria juntamente com outras nações da África Subsaariana estão entre os 10 principais países com mais mortes de cristãos.

Os cristãos presos sem processo e encarcerados são 4.277 (11 a cada dia) e os cristãos sequestrados 1.710 (uma média de 4 por dia). Por outro lado, houve uma diminuição no número de fechamentos, ataques e destruição de Igrejas e edifícios relacionados (escolas, hospitais, etc.) para um total de 4.488 casos em comparação com 9.488 no ano anterior.

Onde ocorrem as perseguições?

Aumenta para 12 o número de nações que revelam perseguições que podem ser definidas como extremas. As cinco primeiras posições permanecem inalteradas.

Em primeiro lugar desde 2002 encontramos a Coreia do Norte e depois o Afeganistão, Somália, Líbia e Paquistão, onde a perseguição se manifesta na violência anti-cristã, mas também na discriminação nas diversas áreas da vida cotidiana dos cristãos, em represália à lei anti-blasfêmia.

Neste quadro complexo condicionado por perseguições de diferentes origens –política, ideológica, étnica, religiosa, nacionalista –, a pandemia tem evidenciado e agravado as vulnerabilidades sociais, econômicas e étnicas de milhões de cristãos no mundo.

O Relatório 2021 destaca o caso da Índia, onde mais de 100.000 cristãos receberam ajuda de parceiros da Open Doors/Portas Abertas e 80% deles disseram aos pesquisadores da WWList que foram afastados dos centros de distribuição de ajuda.

Aumenta a violência doméstica

A pesquisa de Open Doors também se detém em um aspecto específico, o da violência doméstica, que devido ao confinamento, tem crescido exponencialmente. “Muitos convertidos à fé cristã ficaram isolados em casa com pessoas que hostilizavam abertamente a sua nova fé.

Para milhões de cristãos, o trabalho, a educação e outros compromissos externos proporcionam alívio do controle doméstico e/ou agressão, bem como abuso físico, emocional, verbal e psicológico”, esclarece o Relatório.

Fontes: Vatican News e Open Doors

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