‘A democracia ganhou’, diz bispo chileno após ampla rejeição à nova Constituição

Dom Isauro Covili Linfati, Bispo de Iquique, no Chile, demonstrou contentamento, no domingo, 4, quando, por ampla maioria de 62%, o povo chileno rejeitou a proposta de uma nova Constituição, que pretendia introduzir “o aborto livre e a eutanásia”. 

Sebastian Rodriguez/Gobierno del Chile

“A democracia, como ato de liberdade responsável, ganhou”, disse Dom Isauro, em comunicado. 

Na ocasião, a nova Constituição proposta obteve apenas 38,13% dos votos a favor, e, portanto, será mantida a Carta Magna elaborada durante a ditadura de Augusto Pinochet, que governou o país entre 1973 e 1990, e que recebeu algumas reformas durante os anos da democracia. 

Dom Isauro escreveu que “não se pode tirar conclusões felizes” desse processo, pois há várias “lições que temos que aprender como país”. 

O Bispo criticou que, na elaboração do texto, “deveria trazer unidade à nossa nação”, “instituições importantes”, como a Igreja Católica e seus bispos, não foram ouvidas nem acolhidas. 

Ele também lamentou que na criação do texto da nova Constituição “uma minoria tenha tentado impor sua visão e sua vontade”. 

“É um texto que, mesmo tendo temas muito bons, estava destinado a não ser aceito pela maioria, principalmente por ter introduzido o aborto livre e a eutanásia, entre outros temas”, disse. 

Dom Isauro pediu que, a partir da fé em Jesus Cristo e “movidos pelo bem, pela verdade, pela justiça”, os chilenos consigam banir “os fundamentalismos, polarizações, violências, intolerâncias e fechamentos ideológicos experimentados nos últimos meses e que prejudicaram a alma do Chile”. 

“Trabalhando juntos na busca de acordos, abertura de pensamento, de valor e respeito a toda pessoa”, acrescentou. 

Por fim, afirmou que “a rejeição expressa pelos eleitores não significa ficar com o atual texto constitucional, mas tem a ver com o desejo de escrever um texto novo e melhor”. 

Fonte: ACI Digital 

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