A Igreja Católica na Argélia anuncia com pesar o encerramento de todas as atividades e instalações caritativas da Caritas Argélia a partir de 1º de outubro. O encerramento “completo e definitivo” foi divulgado em um comunicado da Arquidiocese de Argel, assinado por Dom Paul Desfarges, Arcebispo Emérito de Argel e Presidente da Associação Diocesana da Argélia. O comunicado, redigido em estilo formal, afirma simplesmente que a medida foi tomada a pedido das autoridades argelinas. “É claro”, diz o texto, “a Igreja Católica permanece fiel à sua missão caritativa a serviço da fraternidade”, ou seja, “em relação com todas as pessoas de boa vontade”.
“A Igreja Católica”, conclui o comunicado, “gostaria de agradecer a todos aqueles que, ao longo dos anos e de diferentes formas, contribuíram para a realização deste trabalho a serviço dos mais vulneráveis e do povo argelino”.
A decisão de interromper as atividades da Caritas Argélia foi tomada pelas autoridades responsáveis sem dar uma justificativa oficial detalhada aos bispos da Igreja Católica. Acredita-se, no entanto, que a Caritas provavelmente foi alvo dessas medidas restritivas por ser considerada uma organização não governamental estrangeira. Todas as comunicações do governo faziam referências gerais ao fato de que a Igreja Católica estaria supostamente “encobrindo” uma organização não autorizada envolvida em atividades “ilegais”, sem fazer referências específicas a quaisquer artigos da lei supostamente violados.
No entanto, representantes da comunidade católica local descartam que as medidas impostas pelas autoridades sejam alimentadas por sentimentos de hostilidade em relação à Igreja Católica e sua presença no país. Em vez disso, eles veem uma conexão com a política geral de restrições que foi recentemente imposta a ONGs estrangeiras e multinacionais.
Fonte: Agência Fides