Armênia e Azerbaijão se esforçam pela paz

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Igreja Armênia bombardeada/Arquivo

Armênia e Azerbaijão anunciaram o desejo de normalizar as relações bi­laterais, após três décadas de conflito pelo controle do enclave de Nagorno­-Karabakh.

Esta área no sul do Cáucaso — onde a Europa encontra a Ásia — é palco de confrontos há anos. A tensão pelo controle do território separatis­ta cresceu nos últimos meses: no lo­cal, reconhecido internacionalmente como parte do Azerbaijão, vivem cerca de 120 mil pessoas que se identificam como armênias.

O Azerbaijão e a Armênia entra­ram em guerra duas vezes por causa da disputa de Nagorno-Karabakh: primeiro no início da década de 1990, após a queda da União Soviética, e no­vamente em 2020.

Há três anos, o Azerbaijão recu­perou territórios dentro e ao redor de Karabakh que estavam sob controle da Armênia desde 1994.

Desde dezembro do ano passado, o Azerbaijão bloqueou a única rota da Armênia para o enclave, conhe­cida como corredor de Lachin. O corredor é a única estrada que liga o enclave ao território da Armênia. É uma artéria essencial para abasteci­mento, e os residentes de Nagorno­-Karabakh relataram grave escassez de alimentos básicos e medicamen­tos nos últimos meses.

O Azerbaijão acusou os armênios de usarem a estrada para circular su­primentos militares, o que a Armênia nega. Em setembro passado, houve incursões militares e uso de artilharia e baterias antiaéreas entre os países, in­tensificando o clima de tensão e a pos­sibilidade de uma guerra de grandes proporções.

“Congratulo-me com a liberta­ção de um número significativo de prisioneiros armênios e azerbaija­nos”, disse o Papa Francisco após o Angelus no domingo, 10, na Praça São Pedro, referindo-se a um acordo sobre a libertação de 32 prisioneiros de guerra armênios em troca de dois soldados azerbaijanos.

“Uma grande esperança. Olho com grande esperança para este sinal positivo para a paz entre a Armênia e o Azerbaijão e encorajo as partes e os seus líderes a concluírem o tratado de paz o mais rapidamente possível”, disse Francisco.

A Armênia e o Azerbaijão emiti­ram no dia 7 uma declaração conjunta concordando em tomar medidas con­cretas para normalizar as suas relações altamente tensas e reafirmaram inten­ções de assinar um tratado de paz antes do final do ano.

Dirigindo-se à grande multidão reunida na Praça São Pedro para ad­mirar o presépio inaugurado na vés­pera, Francisco também convidou os fiéis a rezarem pelas populações que sofrem por causa da guerra. “Caminhamos para o Natal: somos capazes, com a ajuda de Deus, de dar passos concretos de paz? Que todos os esforços sejam feitos para abordar e eliminar as causas des­te e de outros conflitos”, afirmou o Pontífice.

Fontes: La Croix International e BBC Brasil

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