Artêmides Zatti nasceu em Boretto, Régio da Emília, na Itália, em 12 de dezembro de 1880. Quando tinha 9 anos, os seus pais, Albina Vecchi e Luís Zatti, o enviaram para trabalhar nos campos.
Devido a inúmeras dificuldades financeiras, a família decidiu emigrar para a Argentina em 1897. Chegaram a Buenos Aires no dia 9 de fevereiro e, quatro dias mais tarde, partiram para Baía Branca. Durante dois anos, Artêmides trabalhou numa fábrica de tijolos, enquanto frequentava a igreja paroquial, cujo Pároco, Padre Carlos Cavalli, logo se tornou seu grande amigo e diretor espiritual.
Em 1900, constatando a intensa vida espiritual de Artêmides, Padre Carlos propôs ao jovem que entrasse como aspirante no seminário salesiano de Bernal. Dois anos mais tarde, enquanto assistia um sacerdote enfermo, contraiu o vírus de uma doença e teve de adiar a ideia de entrar no noviciado.
Após longo período de convalescença, que durou até 1904, Artêmides se tornou muito sensível ao problema das pessoas que sofrem nos hospitais e nas casas, sobretudo os mais pobres. Assim, prometeu à Virgem Maria que, no futuro, se consagraria ao cuidado dos enfermos.
Em 1906, pôde, enfim, entrar no noviciado e, em 1911, professou os votos perpétuos como irmão salesiano. Nesse mesmo ano, foi-lhe confiada a administração da farmácia e, gradualmente, também a gestão do hospital local. O seu interesse e a sua dedicação aos enfermos aumentavam com o passar dos anos e, à paixão pelo seu ministério, acrescentava-se também a sede pelo conhecimento da ciência e do saber, sobretudo no campo da medicina. Em 1917, obteve o título de “Idôneo em Farmácia” e o certificado de “Enfermeiro profissional”.
A atividade hospitalar de Artêmides continuou a pleno ritmo ainda por muitos anos, até que, em julho de 1950, os médicos descobriram que ele tinha um tumor no fígado. Morreu serenamente e já com fama de santidade, na manhã de 15 de março de 1951, entregando a alma ao Deus misericordioso e lhe agradecendo o dom do serviço que pôde prestar ao seu santíssimo Nome. Foi beatificado por São João Paulo II em 14 de abril de 2002, e agora canonizado pelo Papa Francisco.