Conferência Eclesial da Amazônia realizará assembleia presencial em SP

Criada em junho de 2020 com a proposta de ser um organismo episcopal que promova a sinodalidade entre as igrejas da Pan-Amazônia, que ajude a delinear a face amazônica desta Igreja e que encontre novos caminhos para a missão evangelizadora nessa região, a Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama) foi reconhecida canonicamente pelo Papa Francisco em outubro deste ano.

Foto: Conferência Eclesial da Amazônia

Para celebrar este reconhecimento canônico e jurídico e pensar propostas concretas para a conferência eclesial diante das atividades que a Igreja realiza na Pan -Amazônia, acontecerá, entre os dias 12 e 14 deste mês, no Centro de Espiritualidade Flos Carmeli, da Congregação das Carmelitas Missionárias de Santa Terezinha do Menino Jesus, em Mairiporã (SP), a 1ª assembleia plenária presencial da Ceama.

A assembleia terá a participação de membros do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), da Confederação Latino-Americana e Caribenha dos Religiosas e Religiosos (Clar), Caritas e da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), representantes dos povos amazônicos e dos membros da Ceama, cujo presidente é o Cardeal Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo. O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e 1º Vice-Presidente do Celam, também estará na assembleia.

A ATENÇÃO DA IGREJA AO TERRITÓRIO AMAZÔNICO

Ao falar aos participantes da 1ª Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, em 27 de novembro, o Cardeal Hummes recordou que a Igreja tem um compromisso histórico com o cuidado e a evangelização dos povos amazônicos e que há décadas existe um processo que visa a um caminhar conjunto das instâncias da Igreja na Pan-Amazônia, a fim de “reuni-las em rede para que não se sentissem isoladas em seus esforços de evangelizar o seu respectivo território; situação agravada pela solidão da floresta e a beira dos rios, bem como pela enorme quantidade e diversidade de culturas dos povos originários, os indígenas”. Dom Cláudio recordou que essa ideia ganhou mais força a partir de 2013, quando a Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) passou a visitar as dioceses, prelazias e outras instâncias da Igreja na Amazônia brasileira e houve reuniões de âmbito continental, que resultaram na criação, em setembro de 2014, da Repam.

A atenção da Igreja com a região foi ainda mais destacada com a realização do Sínodo dos Bispos para a Amazônia, em 2019, e a exortação apostólica pós-sinodal Querida Amazonia, do Papa Francisco, publicada em fevereiro de 2020. O território amazônico se estende por nove países da América do Sul.

PROPÓSITOS DE ATUAÇÃO

“Com a aprovação canônica da Ceama pelo Papa, esta Conferência tornou-se aquele ponto firme irreversível, não apenas para a missão da Igreja na Pan-Amazônia, mas para a Igreja universal global. Ou seja, o Papa pode agora constituir conferências eclesiais em qualquer outra parte da Igreja no mundo”, comentou Dom Cláudio aos participantes da 1ª Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, assegurando, ainda, que a Ceama “deve e quer participar plenamente desta nova fase da Igreja na América Latina e Caribe em termos de uma Igreja sinodal, que se alimenta das grandes propostas de Aparecida e do Vaticano II”.

Durante assembleia ordinária realizada em julho deste ano, a Ceama definiu um plano de ação pastoral, dividido em seis eixos: escuta-visibilização-intercâmbio; dinamização da prática pastoral numa chave sinodal; comunicação; formação; diálogo e alianças; e consolidação da Ceama. Na ocasião, os participantes salientaram que este plano ajudará a complementar os planos pastorais de cada Igreja particular na Amazônia e que, com ele, essa conferência eclesial pretende contribuir para a Igreja universal no processo de renovação que as encíclicas Laudato si’ e Fratelli tutti indicam.

(Com informações de Repam, Ceama e Celam)

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