Coreia do Sul: 200 milhões de dólares são gastos em incentivo à natalidade, porém população não quer ter filhos

Foto: Pixabay

A Coreia do Sul recentemente quebrou seu próprio recorde de taxa de fertilidade mais baixa do mundo. Dados divulgados em novembro mostram que o número médio de filhos que uma mulher sul-coreana terá ao longo da vida caiu para 0,79.

Mesmo em comparação com a taxa de outros países desenvolvidos, como Estados Unidos (1,6) e Japão (1,3) – este também com a taxa mais baixa de sua história –, a situação se mostra alarmante. Em 2020, pela primeira vez o país registrou mais mortes do que nascimentos, o que significa que o número de habitantes encolheu, no que é chamado de “cruz da morte da população”.

Isso significa que a população da Coreia do Sul está envelhecendo, indicando um declínio demográfico que os especialistas temem deixar o país com pouquíssimas pessoas em idade ativa para sustentar sua crescente população idosa, tanto pagando impostos e preenchendo empregos em áreas como saúde e assistência domiciliar quanto mantendo viável o sistema previdenciário.

Para manter uma população estável em longo prazo, os países precisam de uma taxa de fertilidade de 2,1 filhos por mulher. Em alguns países africanos, nos quais essas taxas são as mais altas do mundo, o número é de 5 ou 6. Atualmente, a taxa de fertilidade no Brasil é de 1,63 filho por mulher.

O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol admitiu que mais de 200 bilhões de dólares foram gastos tentando aumentar a população nos últimos 16 anos. Esse montante inclui apoio financeiro às famílias, e o governo anunciou que o subsídio mensal para pais com bebês de até 1 ano de idade aumentará dos atuais 300 mil won para 700 mil won (de 230 dólares para 540 dólares) em 2023 e para 1 milhão de won (770 dólares) até 2024.

Muitos especialistas acreditam que a abordagem atual – de incentivar a natalidade por meio de compensações financeiras – é muito unidimensional e ineficaz, e o que é necessário, em vez disso, é o apoio contínuo ao longo da vida da criança.

Fonte: CNN Estados Unidos e Projeto Colabora

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