Divulgada a Lista Mundial da Perseguição 2024

Portas Abertas

Lançada no início de cada ano pela Missão Portas Abertas, a Lista Mundial da Perseguição 2024 (LMP) elenca os 50 países mais hostis ao cristianismo. A pesquisa usa extensos dados de trabalhadores de campo da Portas Abertas, suas redes nacionais, especialistas externos e analistas de perseguição para quantificar e analisar a perseguição em todo o mundo. Cada edição é certificada pelo International Institute for Religious Freedom. A pesquisa para a produção da LMP deste ano abrange o período de 1º de outubro de 2022 a 30 de setembro de 2023. O monitoramento dos países em que os cristãos são mais perseguidos é realizado para assim poder ajudar e prestar serviços emergenciais, socioeconômicos e pós-trauma, bem como distribuir materiais, bíblias, alimentos, roupas, medicamentos e o que os cristãos tiverem mais necessidade.

Os dados LMP 2024 afirmam que mais de 365 milhões de cristãos no mundo enfrentam altos níveis de perseguição e discriminação por causa da fé em Jesus. Isso equivale a dizer que um em cada sete cristãos enfrenta perseguição extrema, severa ou alta.

VIOLÊNCIA CONTRA CRISTÃOS NO MUNDO

Segundo a LMP, 4.998 cristãos foram mortos em todo o mundo em ataques relacionados à fé. Os números provavelmente são muito mais altos, mas muitos não são relatados. Houve aumento de sete vezes nos ataques a igrejas, escolas cristãs e hospitais, de 2.110 (2023) para 14.766 (2024). Os cristãos espancados ou ameaçados aumentaram de 29.411 casos relatados (2023) para 42.849. Aumentaram 371% em relação aos números da LMP 2023 (4.547 para 21.431) os ataques a residências.

Os cristãos forçados a abandonar as suas casas ou a esconderem-se mais do que duplicaram, de 124.310 para 278.716. 365 milhões de cristãos (1 em cada 7 em todo o mundo) enfrentam elevados níveis de perseguição e discriminação pela sua fé – acima do número do ano passado de 360 milhões

PERSEGUIÇÃO EXTREMA

A perseguição extrema atinge 13 países, em vez de 11, como na LMP 2023. Os países que passaram ao nível de perseguição extrema são Síria (12º) e Arábia Saudita (13º). Apesar de manterem a mesma posição da edição passada, agora apresentam nível extremo de perseguição porque a pontuação subiu.

DESTAQUES

A Coreia do Norte continua como o país mais perigoso para os cristãos, apesar da diminuição de relatos de violência. Muitos norte-coreanos foram repatriados da China e, provavelmente, enviados para prisões e campos de trabalho forçado. Como muitos cristãos norte-coreanos fugiram para o país vizinho e outros conheceram a Cristo lá, é possível haver seguidores de Jesus entre os deportados.

A China foi o país com o maior número de igrejas fechadas, com no mínimo 10 mil incidentes. Muitas delas eram conhecidas como domésticas (por não serem reconhecidas pelo governo), mas tinham milhares de membros.

Os conflitos políticos entre as etnias meitei e kuki, em Manipur, na Índia, iniciados em maio de 2023, causaram a morte de 160 cristãos e o deslocamento de outros 60 mil seguidores de Jesus, aumentando o índice de violência. Em Madhya Pradesh e Chhattisgarh, 200 cristãos de 70 famílias foram expulsos de suas comunidades.

A desestabilização política e econômica em diversos países da África Subsaariana favorece a ação de grupos extremistas. Casas, negócios de cristãos e igrejas foram os principais alvos dos jihadistas. O clima de falta de liberdade foi intensificado com a compra de tecnologia de vigilância e monitoramento e a presença de mercenários russos do grupo Wagner. Estima-se que dos 34,5 milhões de deslocados na África Subsaariana, 16,2 milhões sejam cristãos. Eles lutam para sobreviver sem alimentação, moradia e cuidados básicos de higiene e saúde. Eles ficaram ainda mais desprotegidos diante dos ataques de extremistas islâmicos. Mais de 14 mil igrejas na região foram atacadas ou fechadas entre 1º de outubro de 2022 e 30 de setembro de 2023. Esse dado é sete vezes maior do que na LMP 2023.

Na Argélia, apenas quatro das 46 igrejas afiliadas à Igreja Protestante da Argélia (EPA, da sigla em francês) estão abertas.

O terremoto que atingiu a Síria em fevereiro de 2023 contribuiu para que muitos cristãos, que já viviam em situação precária, se deslocassem ou deixassem o país. A destruição e a tomada de igrejas históricas pelo grupo extremista Hay’at Tahrīr al- Shām também causou a migração dos seguidores de Jesus.

Na Arábia Saudita, houve um aumento na violência contra os cristãos, apesar do aumento da liberdade de expressar a fé. Muitos compartilharam sobre Jesus publicamente e com suas famílias, mas correm o risco de serem assassinados por suas famílias e comunidade por deixarem o Islã.

O destaque na América Latina foi a Nicarágua, que subiu 20 posições na LMP 2024 e agora ocupa o 30º lugar. A hostilidade contra a igreja na Nicarágua deixou de ser indireta e agora pode ser notada por meio das restrições de liberdade religiosa, envolta em estruturas jurídicas feitas sob medida com esse propósito. Os críticos da repressão à liberdade de expressão por parte do governo foram presos, assim como seus defensores. Universidades e outras instituições ligadas à igreja tiveram seus registros cancelados e propriedades e meios de comunicação de cristãos foram confiscados.

Líderes religiosos são acusados de espionagem; alguns tiveram a cidadania cancelada, além de serem forçados ao exílio. Celebrações cristãs em espaços públicos também foram proibidas. O governo da Nicarágua até fechou sua embaixada em Roma, na Itália. O objetivo do governo não é simplesmente silenciar a voz dos cristãos, mas impedir sua credibilidade e a propagação de sua mensagem. No continente, segue a tendência de criar um governo de partido único, assim como Cuba.

Consulte a lista de perseguição 2024 em www.portasabertas.org.br.

Fonte: Portas Abertas

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