Dom Miguel Cabrejos: ‘Aparecida, 15 anos de empenho missionário’

Presidente do Celam escreveu sobre as comemorações da realização da Conferência de Aparecida

Foto: Celam

Na última semana, uma série de ações foi realizada no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida para comemorar os 15 anos da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, ocorrida em maio de 2007.

Na quinta-feira, 12, houve a récita do Rosário. Nesta oração, Dom Miguel Cabrejos, Presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), dirigiu-se às igrejas do continente para recordar “este marco no caminho da Igreja na América Latina e no Caribe”.

“Pudemos constatar ‘como os bispos se sentiram encorajados, acompanhados e, em certo sentido, inspirados pelos milhares de peregrinos que vinham todos os dias confiar suas vidas à Virgem’, algo lembrado pelo Papa Francisco, que foi relator geral do Documento de Aparecida, durante sua visita ao Santuário em 2013. Um Documento, segundo as palavras do atual Pontífice, que ‘nasceu justamente desse tecido entre o trabalho dos Pastores e a fé simples dos peregrinos, sob a proteção materna de Maria”, disse Dom Miguel. 

Aparecida, um grande momento da história do continente

O presidente do Celam definiu a Conferência de Aparecida como “um grande momento para a Igreja deste continente: um autêntico Kairós que gerou um profundo impulso missionário”. Destacou, ainda, que “a dimensão missionária foi, certamente, um dos eixos norteadores de Aparecida, em continuidade com as quatro Conferências Gerais que a precederam”, tendo como metodologia “ver-julgar-agir, e reafirmando a opção preferencial pela pobres e pelo cuidado da Criação”.

Citando o Documento, o Presidente do Celam lembrou que “a Igreja precisa de um forte choque que a impeça de se acomodar no conforto, na estagnação e na tibieza, à parte do sofrimento dos pobres do continente”, comentou, apelando, também, à conversão pastoral, para que se passe “de uma mera pastoral de conservação para uma pastoral decididamente missionária”. Dom Cabrejos lembrou outros elementos marcantes de Aparecida, entre os quais o chamado a ser discípulos-missionários e a assumir a missão permanente como algo inadiável.

Revitalizar os processos pastorais

Tudo isso a partir de um chamado a “encarnar e revitalizar nossos processos pastorais nas mais diversas localidades e enfrentando os ‘sinais dos tempos’, sob a liderança e fecunda contribuição de nossos irmãos no episcopado, bem como de milhares de sacerdotes, religiosos e mulheres, leigos e leigas de todos os nossos países”, insistiu o Presidente do Celam.

Ele lembrou, ainda, que a Conferência de Aparecida “permeou o caráter missionário e sinodal de nossa Igreja na América Latina e no Caribe”, também do Celam, sendo um documento que nutre o atual processo sinodal, no qual se busca “a implementação dos desafios pastorais que emergiram da Assembleia Eclesial”, que se nutre em Aparecida.

Missão, comunhão, colegialidade e sinodalidade

O presidente do Celam exortou os católicos a “reafirmar a nossa identidade de discípulos-missionários, a ser uma Igreja em saída, sinodal e misericordiosa, a levar a missão permanente ao novo areópago da nossa história e às fronteiras geográficas e existenciais onde reconhecemos os rostos sofredores de Cristo e assumir decididamente a conversão pastoral permanente a partir do nosso encontro com Jesus Cristo”. Algo que leve a “fortalecer a missão, a comunhão eclesial, a colegialidade e a sinodalidade”.

A partir daí, “encorajados e enviados por Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6), sentimo-nos impelidos a assumir o Evangelho com coerência e transbordamento, encarnando os valores do Reino e construindo comunidades de vida que são sinais de evangelização e novidade, de profecia e de fidelidade ao mandato missionário, para que em Jesus Cristo todos os povos tenham vida e vida em abundância (cf. Jo 10,10)”, concluiu Dom Cabrejos.

Fonte: CELAM

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