Em coletiva de imprensa na quinta-feira, 24, o secretário-geral da ONU, António Guterrez, voltou a pedir ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que pare com a operação militar contra a Ucrânia.
Neste primeiro dia de ataques, 137 mortes foram confirmadas, incluindo militares e civis. As tropas russas também tomaram o controle de aeroportos, portos e da conhecida usina nuclear de Chernobyl.
Estimativas do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) dão conta que mais 100 mil pessoas deixaram a Ucrânia em direção a países vizinhos como refugiados. Nas áreas afetadas por bombardeios, boa parte das pessoas também saíram de suas casas para se abrigar em localidades subterrâneas, como estações de metrô.
O secretário-geral da ONU pediu o fim da operação militar e o retorno das tropas à Rússia. Guterres lembrou que todos conhecem o preço de uma guerra. Com o aumento das mortes, ele destacou que o que se vê são imagens do medo, da angústia e do terror em cada esquina da Ucrânia.
A invasão russa ocorreu por volta de 5h, horário local ucraniano, no mesmo momento em que os 15 países-membros do Conselho de Segurança se reuniam para tentar evitar a escalada da violência.
António Guterres afirmou que o mundo está assistindo às operações militares da Rússia dentro de um território soberano numa escala que a Europa já não via há décadas.
CONFLITO COM CARTA DA ONU
A situação começou a se agravar na segunda-feira, 22, quando o presidente russo Vladimir Putin anunciou que reconhecia a independência de duas regiões separatistas ucranianas: Donetsk e Luhansk, que ficam no leste da Ucrânia e na fronteira com a Rússia.
António Guterres afirma que a as medidas unilaterais estão em conflito direto com a Carta da ONU.
Para o secretário-geral a ofensiva militar é errada, contra a Carta das Nações Unidas, inaceitável, mas não é irreversível.
No apelo direto ao presidente da Rússia, Guterres disse que as pessoas inocentes são sempre as que pagam o preço mais alto num conflito.
AJUDA FINANCEIRA
Guterrez informou que a ONU colocou US$ 20 milhões do Fundo Central de Resposta de Emergência à disposição dos ucranianos e está aumentado as operações humanitárias no país.
As agências das Nações Unidas estão em ambos os lados da linha de contato assegurando que a proteção dos civis esteja em primeiro lugar.
O chefe da ONU concluiu dizendo que as decisões dos próximos dias serão centrais para o futuro de milhões de pessoas.
Fontes: ONU News e G1