Etiópia: exposta a violência crescente, população vive caos social

Governo não tem permitido a entrada de ajuda humanitária. Pessoas de todas as idades passam fome no país

Samuel Otieno /ACNUR

“Desde o início do conflito na região etíope de Tigré, nada se sabe sobre algumas paróquias da Eparquia de Adigrat. Sabemos que soldados estrangeiros atacaram vários deles. As pessoas conseguem ouvir o choro da população afetada. O Bispo da Eparquia de Adigrat está chorando, as pessoas estão traumatizadas. Deixe-os comer. Não armas. Por que o mundo está tão silencioso? Por que, neste mundo de grande abundância, as pessoas estão morrendo de fome? A comida está lá, mas está bloqueada. Por que razão? Todos devem saber que Tigré está em choque, crianças estão morrendo e o mundo está assistindo”.

Muitas perguntas em busca de respostas foram feitas por testemunhas diretas que falaram à Agência Fides sobre a crise humanitária no País. “As pessoas estão sendo destruídas por causa da guerra. Não apenas em Tigré, mas também em outras partes da Etiópia. Os tigrinos agradecem aos missionários da Igreja Católica que falam de sua crise enquanto muito pouco se sabe sobre outras regiões. A região está literalmente destruída, infraestrutura, escolas, igrejas, mosteiros, mesquitas, alguns cemitérios, fazem parte do patrimônio cultural”, comenta outra pessoa.

Atualmente, 90% das instalações sanitárias foram destruídas. Desde o início do conflito, ninguém recebeu salário em Tigré. Todos aqueles que trabalhavam para o governo não têm mais salário. “Paradoxalmente, nas aldeias, podemos buscar lenha na floresta, água nos rios. Mas nas cidades é preciso comprar tudo, pagar o aluguel, alimentar a família. O que você faz depois de um ano e meio sem renda? A ajuda humanitária estaria pronta, mas o conflito em curso não o permite. Eles colocaram as pessoas em pânico”, comenta outra testemunha.

Fonte: Agência Fides

guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários