Logo do Jornal O São Paulo

Faixa de Gaza: casamento coletivo marca nova vida após anos de guerra e tragédia

Al Fares Al Shahim

No dia 2, em Khan Younis, sul da Fai­xa de Gaza, 54 casais participaram de um casamento coletivo. Em meio aos escom­bros, centenas de palestinos se reuniram para assistir à cerimônia. Muitos perde­ram seus familiares durante a guerra, e muitos casais tiveram que ser deslocados.

Entre eles estavam dois jovens, am­bos de 27 anos: Eman Hassan Lawwa e Hikmat Lawwa.

“É uma sensação indescritível. Minha alegria é imensa porque, apesar de tudo o que aconteceu, vamos começar uma nova vida. Queremos ser felizes e, se Deus quiser, será o fim da guerra”, afirmou Hikmat, o noivo.

Como muitos moradores de Gaza, Hikmat e Eman foram deslocados durante a guerra. Eles fugiram para Deir al-Balah em busca de abrigo e comida. Os pais de Eman e outros familiares foram mortos.

“Minha alegria não é completa. Mi­nha família não está aqui. Eu queria muito que estivesse”, falou Eman, a noi­va, emocionada.

O casal, no entanto, tem esperança de um recomeço.

“É difícil alguém ser feliz depois de tanta tristeza, mas a gente diz: ‘Deus vai compensar’. Graças a Deus, minha com­pensação nesta vida é o meu noivo. Nossa vida futura será linda”, assegurou Eman.

A celebração foi organizada e financia­da pela Al Fares Al Shahim, uma organi­zação humanitária apoiada pelos Emira­dos Árabes Unidos, que também ofereceu aos casais uma pequena ajuda financeira e itens básicos para ajudá-los a iniciar a vida a dois. Música, dança e uma multidão ani­mada acompanharam a procissão.

Os casamentos, um aspecto impor­tante da vida cultural palestina, torna­ram-se cada vez mais raros durante o conflito. A cerimônia da semana passada foi mais simples do que as celebrações habituais, porém ofereceu aos casais e às famílias a oportunidade de se reu­nirem, celebrarem e afirmarem a vida.

Apesar do clima festivo, o cenário de devastação permanecia visível. Muitos dos 2 milhões de habitantes de Gaza fo­ram deslocados pelo conflito, com bairros inteiros destruídos e a contínua escassez de suprimentos básicos.

Fonte: I24 News / The Times of Israel

Deixe um comentário