Instituto católico da China completa 20 anos

Entidade promove o diálogo entre sobre a fé e a evangelização das culturas

Foto: Beijing Institute for the Study of Christian Culture

Um instituto administrado por católicos na capital chinesa, Pequim, completa neste mês 20 anos de pesquisa acadêmica sobre Cristianismo e Cultura e a promoção da evangelização na China.

O Instituto de Estudos do Cristianismo e da Cultura da Arquidiocese de Pequim foi fundado em 2002 pelo Padre Peter Zhao Jianmin, formado em Direito Canônico pela Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica.

Padre Zhao foi o primeiro sacerdote chinês a obter um doutorado após a abertura da Igreja na China na década de 1970. Após a tomada do poder pelos comunistas, houve o rompimento dos laços diplomáticos da China com o Vaticano.

Desde sua fundação, a academia tem procurado estudar as religiões, especialmente o Cristianismo, a cultura local e promover uma maior harmonia entre o Catolicismo e a cultura tradicional chinesa, segundo a Agência Fides.

A instituição promoveu o estudo de vários temas por meio de debates, conferências, publicações, seminários, fóruns, cursos de formação, bolsas e intercâmbios internacionais, com temas que vão da Mariologia e Santo Ambrósio aos doutores e padres da Igreja, as contribuições de chineses e missionários estrangeiros para a evangelização e desenvolvimento social na China.

O instituto foi pioneiro na China continental por abrir caminho para o diálogo entre a inculturação da fé e a evangelização das culturas.

Em entrevista ao UCA News em 2006, o Padre Zhao disse que era essencial ter um diálogo acadêmico entre a Igreja da China e os teólogos no cenário mundial. Para esse propósito, era vital que a Igreja promovesse a erudição adotando políticas positivas e substanciais para apoiar a pesquisa teológica.

O diretor do instituto disse que a Igreja da China precisa aprender mais sobre o desenvolvimento conceitual da teologia católica, que liga a Igreja local ao ensino da Igreja universal.

Na ocasião, ele sugeriu a necessidade de “mais pesquisas sobre inculturação para que o Evangelho possa se espalhar por toda a civilização chinesa”.

Desde 2003, o instituto realiza cursos e seminários de formação para jovens sobre o tema “Catolicismo e Ética” e publica os textos em sua Revista de Estudos Católicos.

Outro grande programa do instituto é um Fórum anual de Estudos Católicos para Jovens Acadêmicos Chineses, que começou em 2008.

O instituto também colabora com parceiros chineses e internacionais, incluindo a Academia Social de Pequim e a Universidade Católica de Lovaina.

Em 2019, durante a XXIV Sessão Pública das Pontifícias Academias, o Papa Francisco elogiou a academia por seu papel, especialmente na evangelização, ao longo dos anos: “A academia é também uma força de evangelização, que pertence ao presente da Igreja e de sua missão”.

HISTÓRICO DA FÉ CRISTÃ

A presença documentada mais antiga do Cristianismo na China é vista em missionários nestorianos que chegaram à então capital chinesa de Chang’an (Xi’an) durante o governo da dinastia Tang em 635 dC.

A primeira missão católica na China foi liderada pelo frade franciscano Giovanni da Montecorvino, que chegou ao que hoje é Pequim em 1293. A ortodoxia russa foi introduzida em 1715 e os protestantes iniciaram sua missão na China em 1807.

Uma pesquisa nacional da Academia Chinesa de Ciências Sociais em 2010 mostrou que os 23 milhões de protestantes da China representavam 1,8% de seus 1,3 bilhão de habitantes.

Oficialmente, a China continental tem 6 milhões de católicos. O Centro de Estudos do Espírito Santo da Diocese de Hong Kong estima que a China tenha cerca de 12 milhões de católicos, incluindo católicos “não registrados” que rejeitam a Associação Católica Patriótica Chinesa, sancionada pelo governo.

Fonte: UCA News

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