Níger: radicais islâmicos voltam a atacar comunidades ondem vivem cristãos

(Crédito: Reprodução da internet)

Em entrevista à Agência Fides, o Padre Mauro Armanino, missionário da Sociedade das Missões Africanas (SMA), falou sobre os ataques realizados por radicais islâmicos no Níger, África.

“Tudo aconteceu no início da semana passada no vilarejo de Djaheli, a cerca de 18 quilômetros de Bomoanga. Chegaram com umas 20 motos, armados, alguns dos quais com o rosto coberto. Primeiro esperaram o retorno dos camponeses às suas casas, no fim da tarde, e, depois, após terem circundado e saqueado o vilarejo, partiram, não sem antes matarem duas pessoas acusadas de conivência com as autoridades”, disse o sacerdote.

“A notícia não foi publicada em lugar nenhum, porque as mortes dos camponeses, em comparação com as mortes dos ocidentais, não têm a mesma importância”, continuou Padre Mauro. “A mensagem dos invasores, presuntos jihadistas instalados há tempos na região, é aquela que há tempo se tem repetido muito. Pode ser resumida assim: ‘destruir, demolir a igreja, converter-se ao Islão, do contrário o vilarejo será arrasado até o chão’”. E acrescentou: “é implícito o ‘convite’ a não colaborar com as forças do governo sob pena de terminar a vida como as duas pessoas assassinadas no local”.

O vilarejo atacado, Bomoanga, é o mesmo onde, em 17 de setembro de 2018, foi sequestrado o Padre Pierluigi Maccalli, conhecido por Gigi. “Vinte e três meses após o sequestro do Padre Pierluigi, continua a ‘paixão’ na sua gente”, disse Padre Mauro. E acrescentou: “uma delegação dessa gente, em um encontro com o bispo da Diocese, junto com o administrador da Paróquia de Makalondi – missão próxima do local do sequestro –, atualmente isolada, sublinhou três aspectos fundamentais. Esses podem ser resumidos em três perguntas simples e essenciais: como continuar a viver a fé? Como assegurar o alimento necessário para a família? Onde se refugiar?”

Padre Mauro concluiu, ressaltando a gravidade da situação no local: “convém lembrar que na zona fronteiriça de Burkina Faso os deslocados internos, segundo as autoridades, superaram um milhão de pessoas, isto é, uma pessoa a cada 20 do país”.

Fonte: Agência Fides

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