No Haiti, bispos alertam para a pior emergência humanitária e de direitos humanos no país

Foto: MSF/Jeanty Junior Augustin

Mergulhado numa profunda crise institucional, econômica e social, o Haiti vive dias de terror e medo. A violência que cresceu de forma alarmante em 2022 não poupou sequer a Igreja. Houve sequestros de sacerdotes e o assassinato de uma religiosa, a missionária italiana Luisa Dell’orto, na capital, Porto Príncipe.

Diante disso, os bispos resolveram se manifestar, publicando uma mensagem no fim do ano passado, que começa a surtir efeito na comunidade internacional. Várias nações têm enviado ajuda e, no dia 11, o Canadá anunciou a entrega ao governo de Porto Príncipe de um conjunto de veículos blindados para ajudar a Polícia e o Exército no combate às gangues e às organizações criminosas que atuam no país.

A vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, já havia pedido apoio internacional aos esforços da Polícia e do Exército haitianos no restabelecimento da segurança no país, a fim de tornar possível a circulação de pessoas e bens e até mesmo da própria ajuda humanitária destinada àqueles com maior necessidade.

O comunicado dos bispos é dirigido, em primeiro lugar, às próprias gangues, grupos armados que espalham a violência, e a quem as financia, pedindo para que “cessem a loucura assassina do ódio e do desprezo pela vida”. Num texto claro e forte, os prelados determinam: “Silenciem as armas, abandonem a lógica diabólica e perversa das armas!”.

Os bispos instauram a necessidade do fim da barbárie, destacando que, em vez da guerra fratricida, é necessário investir na reorganização das infraestruturas, nos sistemas de saúde e de educação e na mudança de mentalidade: “Chegou a hora de reformar as instituições, sobretudo a Justiça; acabar com a cultura da impunidade, causa lógica da corrupção e da violência no país e assegurar um futuro melhor, no espírito de pertença a esta terra haitiana”, afirmaram.

Com informações de Gaudium Press

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