Cerca de 244 milhões de crianças e adolescentes estão fora das salas de aula em todo o mundo; evento global debate avanços no setor e promove apoio a mulheres e meninas do Afeganistão.
O mundo marca neste 24 de janeiro o Dia Internacional da Educação. Em 2023, a data é dedicada às mulheres e meninas do Afeganistão.
“Investir nas pessoas é dar prioridade à educação” é tema das comemorações. O lema também guiará um evento global que acontece na sede da Nações Unidas, em Nova Iorque.
Sociedades igualitárias e economias dinâmicas
Em mensagem, o secretário-geral António Guterres pede que sistemas educacionais possam apoiar sociedades igualitárias, economias dinâmicas e os sonhos ilimitados de todos os alunos do mundo.
Guterres sublinha que o momento atual é para acabar com todas as leis e práticas discriminatórias que dificultam o acesso à educação, citando a realidade vivida pelas afegãs.
O secretário-geral faz um apelo às autoridades de facto no Afeganistão, em particular, que revertam o que chama de proibição lamentável e autodestrutiva do acesso das meninas ao ensino secundário e superior.
A mensagem encoraja também os países a colocarem a educação no centro das preparações para a Cimeira dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, marcada para este ano, e para a Cimeira do Futuro em 2024.
Suspensão do acesso à educação
O evento das Nações Unidas destacará o cenário do Afeganistão para que a comunidade internacional explore “como melhor apoiar as afetadas com soluções inovadoras e impactantes”.
Calcula-se que 2,5 milhões das meninas afegãs em idade escolar e mulheres jovens estejam fora da escola. Cerca de 1,2 milhão perderam acesso a escolas secundárias e universidades após a decisão das autoridades de facto.
A Unesco disse que a mudança política ocorrida em Cabul, em agosto de 2021, marcou a suspensão do acesso à educação, além da escola primária para todas as meninas afegãs com mais de 12 anos.
Em dezembro passado, a situação se agravou com a suspensão, sem data prevista, do acesso das mulheres às universidades. A situação afeta mais de 100 mil estudantes que frequentam o ensino superior público e instituições privadas.
Leitura e exercícios
A Unesco diz estarem em jogo as conquistas do Afeganistão nos últimos 20 anos. O número de mulheres no ensino superior aumentou quase 20 vezes, no período que antecedeu a recente suspensão. Um terço de jovens frequentava universidades.
Em todo o mundo, estima-se que cerca de 244 milhões de crianças e adolescentes estejam fora da escola. Pelo menos 617 milhões não sabem ler nem resolver exercícios de matemática básica.
As Nações Unidas calculam que 40% das meninas na África Subsaariana tenham ensino elementar completo. Cerca de 4 milhões de crianças e jovens refugiados com direito à educação estão fora da escola.
Fonte: ONU