Padre é impedido de ouvir confissões depois de defender a quebra do sigilo em casos de abuso sexual

Dom Jerome Listecki, Arcebispo de Milwaukee, uma cidade do estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, privou um de seus padres da faculdade de ouvir confissões após o apoio público do sacerdote às leis civis que exigem que os padres quebrem o sigilo da Confissão por pecados de abuso sexual.

Cúria da Arquidiocese de Milwaukee, nos Estados Unidos

“Informei ao Padre James Connell que, com efeito imediato, ele deve cessar todas as comunicações errôneas que distorcem os ensinamentos da Igreja sobre o sigilo confessional e removi imediatamente suas faculdades canônicas para celebrar validamente o sacramento da Confissão e oferecer a absolvição”, escreveu Dom Jerome Listeicki em uma declaração na semana passada.

Há duas semanas, o Padre James Connell fez declarações que foram publicadas na versão on-line de um jornal nas quais defendia um projeto de lei do estado de Delaware que obriga os padres a quebrar o sigilo da Confissão de penitentes que confessam pecados de abuso sexual infantil.

Esta não é a primeira vez que o Padre James Connell, um canonista, fala publicamente sobre o assunto. Em 2018, ele apelou ao Papa Francisco em um artigo on-line para “liberar do sigilo da confissão” todas as informações sobre abuso sexual infantil ou adulto vulnerável para que as autoridades possam ser notificadas.

Dom Jerome Listecki disse que os comentários do Padre Jerome Connell sobre a quebra do sigilo confessional são “gravemente contrários” ao ensinamento da Igreja e que esta “declara firmemente que o sigilo sacramental da Confissão é sempre, e em todas as circunstâncias, sem exceção, completamente inviolável”.

No Código de Direito Canônico, o cânon 983 diz que “o sigilo sacramental é inviolável; portanto, é absolutamente proibido a um confessor denunciar o penitente por palavras ou por qualquer outro modo, nem por motivo algum”.

Fonte: Catholic News Agency (CNA)

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