Subalimentação impacta a vida de 811 milhões de pessoas

Mais da metade das pessoas subalimentadas (418 milhões) vivem na Ásia; mais de um terço (282 milhões) na África; e uma quantidade considerável (60 milhões) na América Latina e no Caribe

Luciney Martins/O SÃO PAULO

O relatório “Estado da Insegurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI) 2021”, divulgado na segunda-feira, 12, indica que em 2020 até 811 milhões de pessoas viveram subalimentadas.

O conteúdo foi elaborado em conjunto pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Na década de 2010, a fome havia começado a subir, mas em 2020 os números cresceram em termos absolutos e proporcionais, ultrapassando o crescimento populacional: estima-se que cerca de 9,9% entre todas as pessoas tenham sofrido de desnutrição no ano passado, em comparação a 8,4%, em 2019.

Mais da metade das pessoas subalimentadas (418 milhões) vivem na Ásia; mais de um terço (282 milhões) na África; e uma quantidade considerável (60 milhões) na América Latina e no Caribe. Entretanto, o aumento mais acentuado da fome se verificou na África, com 21% da população com desnutrição.

A má nutrição persistiu em todas as suas formas, afetando especialmente as crianças: em 2020, estima-se que mais de 149 milhões de menores de 5 anos sofriam de atraso de crescimento ou eram muito baixos para sua idade; mais de 45 milhões – debilitadas ou muito magras para sua altura; e quase 39 milhões – acima do peso.

No relatório, são apontados seis caminhos de transformação dessa realidade: integrar políticas humanitárias, de desenvolvimento e de construção da paz em áreas de conflito; ampliar a resiliência climática em todos os sistemas alimentares; fortalecer a resiliência dos mais vulneráveis à adversidade econômica; reduzir o custo de alimentos nutritivos; combater a pobreza e as desigualdades estruturais; e favorecer os ambientes alimentares e mudar o comportamento do consumidor, eliminando as gorduras trans industriais e reduzindo o teor de sal e açúcar no abastecimento alimentar, ou protegendo as crianças do impacto negativo do marketing alimentar.

Fonte: ONU News

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