Uma missa celebrada na noite desta quarta-feira, 24, na Casa Guadalupe, da Missão Belém, na zona Leste da capital, recordou o sétimo dia de falecimento do desembargador Antônio Carlos Malheiros.
A Eucaristia foi presidida pelo fundador da Missão Belém, Padre Gianpietro Carraro, e transmitida pelas mídias digitais.
Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Malheiros também foi pró-reitor de Cultura e Relações Comunitárias e professor da PUC-SP e era reconhecido por seus diversos trabalhos voluntários, tendo uma grande contribuição na Arquidiocese de São Paulo, chegando a ser presidente da Comissão Justiça e Paz.
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Verdade e justiça
No início da missa, Padre Gianpietro destacou que o desembargador era próximo à Missão Belém, no trabalho às pessoas em situação de rua, prestou muito auxílio à organização da comunidade. “Nós o conhecemos nos momentos difíceis em que os órgãos públicos não queriam reconhecer a legitimidade da Missão Belém”, acrescentou.
Na homilia, o Sacerdote partiu das palavras de Jesus no Evangelho dia – “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” – para ressaltar que Malheiros sempre procurou viver e defender a verdade a serviço da justiça e da dignidade dos mais pobres, especialmente das crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade.
“Este nosso irmão consagrou a sua vida pela verdade. Quem o conheceu sabe o quando ele tinha isso no coração”, afirmou Padre Gianpietro, recordando uma frase dita pelo próprio Malheiros, em uma entrevista concedida ao O SÃO PAULO, que mostra qual era a fonte de sua missão:
“Percebo que minha vida é permeada por esse sentimento de compaixão, de misericórdia. Faz parte da minha vida. É evidente que isso é a graça de Deus. Não há dúvida nenhuma. Nem sempre faço bem feito. Há momentos em que fico cansado. Aí eu respiro fundo, rezo e volto a ter forças novamente para continuar”.
Vocação
O Sacerdote assinalou, ainda, que Malheiros era “um juiz que humanizava a justiça” e tinha seu trabalho como uma verdadeira vocação. Padre Gianpietro recordou, ainda, que o desembargador dizia que não era possível conhecer e entender a tristeza e o sofrimento da sua sem conhecer o “livro da vida” e acrescentava: “Talvez você se torne perito em Direito, mas não em justiça”.
Dirigindo-se aos familiares e amigos de Malheiros, o Padre os convidou a permanecerem firme na fé na vida eterna e na certeza de que seu ente querido está perto de Deus a quem ele tanto amou e serviu.
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