Abertura do Ano Santo na Arquidiocese acontece na Catedral da Sé

Jubileu 2025, com o tema ‘Peregrinos de Esperança’, será celebrado pela Igreja em todo o mundo até 6 de janeiro de 2026

Em 24 de dezembro, véspera do Natal, o Papa Francisco abriu a Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, demarcando o início da celebração do grande Jubileu 2025.

O jubileu é o nome dado a um ano particular de celebração de uma ocasião especial, neste caso o nascimento de Jesus Cristo, celebrado ordinariamente a cada 25 anos.

Para os católicos, este é considerado um Ano Santo de graças, perdão e reconciliação não apenas celebrado em Roma, mas que envolverá os fiéis de todo mundo.

No domingo, 29, o Jubileu foi aberto em todas as catedrais do mundo. Na Arquidiocese de São Paulo, a celebração ocorreu a partir das 15h, com a concentração de fiéis na histórica Igreja São Francisco de Assis, no Largo São Francisco, seguida de uma peregrinação (procissão) até a Catedral da Sé, onde o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu uma missa solene.

O tema escolhido pelo Papa Francisco para o Jubileu de 2025 é “Peregrinos de Esperança”. Na bula de proclamação deste Ano Santo, Spes non confundit (A esperança não engana), o Papa Francisco manifesta o desejo de que este ano jubilar “possa ser, para todos, um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, ‘porta’ de salvação (cf. Jo 10,7.9); com Ele [Cristo], que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda a parte e a todos, como sendo a ‘nossa esperança’ (1 Tm 1,1).

ORIGEM DOS JUBILEUS

O nome “Jubileu” deriva do instrumento chamado yobel, o chifre do carneiro, cujo som anuncia o Dia da Expiação (Yom Kippur).

Entre os antigos hebreus, o jubileu foi um ano declarado santo. Nesse período, a lei de Moisés prescrevia que a terra, da qual Deus era o único dono, regressasse ao antigo proprietário e os escravos readquirissem a liberdade. O ano jubilar tinha que ser convocado a cada 50 anos (cf. Lv 25,8-13).

O primeiro jubileu da era cristã foi proclamado em 1300 pelo Papa Bonifácio VIII, que estabeleceu o intervalo de tempo para a recorrência para cada 100 anos. Em 1342, o Papa Clemente VI reduziu para 50 anos e, em 1470, o Papa Paulo II estabeleceu a celebração a cada 25 anos.

Há também jubileus extraordinários, como o de 1933, convocado pelo Papa Pio XI, para recordar o aniversário da Redenção, que também foi celebrado em 1983, por iniciativa de São João Paulo II. Em 2015, o Papa Francisco proclamou o Jubileu Extraordinário da Misericórdia.

PEREGRINAÇÕES

Peregrinação de fiéis a uma igreja católica na Indonésia

A peregrinação aos lugares sagrados é um dos principais sinais do Ano Santo. A palavra “peregrinar” tem origem na expressão latina para ager, que significa “através dos campos”, ou para eger, que significa “travessia de fronteira”. Ambas as raízes lembram o aspecto distinto de embarcar em uma jornada.

A peregrinação é uma experiência de conversão, de mudar a vida para direcioná-la para a santidade de Deus.

Na sua origem, fazia-se a peregrinação às Basílicas romanas de São Pedro e São Paulo. Mais tarde, foram introduzidos outros sinais, como a Porta Santa, por meio da qual os fiéis que nela passam obtêm a indulgência plenária, isto é, a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados quanto à culpa que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições (confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Papa), alcança por meio da Igreja. A indulgência, portanto, é uma graça especial da misericórdia divina.

Conforme dispôs o Papa Francisco, além das quatro basílicas maiores romanas (São Pedro, São Paulo, Santa Maria Maior e São João do Latrão), onde existem as portas santas jubilares, outras igrejas em todo mundo, especialmente as catedrais, basílicas menores, santuários e demais templos designados pelos bispos locais, serão destino de peregrinações dos fiéis, por meio da qual poderão obter indulgências no período de 29 de dezembro de 2024 a 28 de dezembro de 2025.

Além das peregrinações, os fiéis poderão alcançar as indulgências para si próprios e para os fiéis, falecidos para os quais as oferecerem, quantas vezes desejarem, por meio de piedosas visitas (individualmente ou em grupos) aos lugares sagrados e nas obras de misericórdia e de penitência.

Essas obras de misericórdia têm seu fundamento nos evangelhos e podem ser corporais (dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os encarcerados, sepultar dignamente os mortos); ou espirituais (aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, advertir os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas incômodas, rezar a Deus pelos vivos e falecidos).

No caso de impedimentos graves (como doença ou dificuldade de mobilidade), os fiéis verdadeiramente arrependidos que não possam participar das celebrações, peregrinações ou visitas, poderão obter a indulgência jubilar nas mesmas condições, se recitarem nas suas casas ou onde estiverem o Pai-Nosso, a Profissão de Fé e outras orações conformes aos objetivos do Ano Santo, oferecendo os seus sofrimentos ou as dificuldades da sua vida.

IGREJAS JUBILARES

Na Arquidiocese de São Paulo, haverá 12 igrejas de peregrinação jubilar. “Nessas igrejas, os peregrinos serão acolhidos e poderão participar da celebração dos sacramentos da Penitência (confissão) e da missa ou das celebrações da Palavra de Deus. Também poderão receber a graça da indulgência do Jubileu”, detalhou Dom Odilo, sublinhando que cada paróquia também deverá preparar os seus peregrinos.

Essas serão as 12 igrejas de peregrinação jubilar na Arquidiocese de São Paulo:

Como afirmou o Santo Padre, na bula de proclamação do Jubileu, as igrejas jubilares serão “oásis de espiritualidade nos quais será possível restaurar o caminho da fé e matar a sede nas fontes da esperança, a começar pelo sacramento da Reconciliação, ponto de partida insubstituível de um verdadeiro caminho de conversão”.

(Com informações da assessoria de imprensa da Arquidiocese de São Paulo)

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