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Agentes da Pastoral da Saúde peregrinam para reanimar a esperança e transmiti-la aos enfermos 

Peregrinação à Catedral da Sé por ocasião do Jubileu 2025 foi concluída com a Missa presidida por Dom Odilo

‘Que Deus fortaleça a missão de cada um de vocês, que levam conforto, cuidado e uma presença amorosa a todos’, reza Dom Odilo na missa
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Uma caminhada curta, mas profundamente simbólica, marcou a manhã do sábado, 12, na Praça da Sé. Joelhos frágeis, limitações físicas e os desafios da idade encontraram apoio nas mãos generosas de quem caminhava junto, oferecendo sustento em cada degrau que separava a praça do interior da Catedral, um gesto concreto de amor fraterno aos mais vulneráveis. 

Assim teve início a peregrinação jubilar do Vicariato Episcopal para a Pastoral da Saúde e dos Enfermos, reunindo fiéis das seis regiões episcopais. Leigos e consagrados, jovens e idosos, enfermos, agentes e ministros extraordinários da Sagrada Comunhão seguiram juntos rumo à igreja-mãe da Arquidiocese. 

Dentro da Catedral, um roteiro orante conduziu a assembleia a uma profunda meditação sobre a presença de Deus nas dores da humanidade. Em seguida, foi celebrada a missa, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, tendo entre os concelebrantes o Cônego João Inácio Mildner, Vigário Episcopal para a Pastoral da Saúde e dos Enfermos, sacerdotes que acompanham esta Pastoral nas regiões episcopais e capelães hospitalares. 

Criado em dezembro de 2023, esse Vicariato promove a ação missionária e pastoral da Igreja em São Paulo nos âmbitos da saúde e do cuidado aos enfermos, considerando as dimensões religiosa e evangelizadora, comunitária e político-institucional no campo da saúde. 

REMÉDIO PARA A ALMA 

Na homilia, Dom Odilo ressaltou que os agentes da Pastoral e os profissionais da saúde são presença concreta de esperança no cuidado dos que sofrem: “Somos chamados a ser sinais de esperança em nosso tempo, testemunhas vivas do amor de Deus por meio de cada gesto realizado com dedicação e carinho àqueles que mais precisam”. 

O Cardeal também comentou que a missão de quem cuida vai além do corpo. “Os profissionais da saúde, mesmo enfrentando condições muitas vezes difíceis, cumprem sua missão ao cuidar dos enfermos. Não apenas promovem a cura do corpo, mas também devolvem a dignidade da pessoa humana, e esse é verdadeiramente o remédio para a alma”. 

Cônego João Mildner lembrou que a peregrinação acontecia na semana em que a Pastoral da Saúde celebrou Santa Paulina, no dia 9: “Hoje, com grande alegria, unimos a essa comemoração nossa peregrinação à Catedral da Sé. Viemos aqui para renovar nossa esperança, a fim de sermos também portadores dela àqueles que sofrem”. 

VISITAS, EVANGELIZAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS 

Rosana Cardoso Conte, agente da Pastoral da Saúde há mais de um ano, recordou à reportagem que essa missão tem origem no próprio ministério de Jesus. 

“Nosso trabalho se caracteriza pela fraternidade e solidariedade com os irmãos, especialmente por meio das visitas aos enfermos que estão acamados e já não podem mais frequentar a igreja. É uma missão que foi deixada para nós pelo próprio Jesus e precisa ser vivida todos os dias”, explicou. 

Segundo Rosana, as visitas também se tornam uma oportunidade de evangelização dos familiares dos enfermos, promovendo reconciliação e, muitas vezes, despertando processos de conversão: “Seguimos a Palavra de Cristo ao levar sua mensagem às casas, e isso atinge toda a família. Muitas vezes, quem acompanha a visita se sente tocado e quer se aproximar da fé, participar da comunidade ou até mesmo ingressar em alguma pastoral”. 

Rosana, que também é conselheira no Sistema Único de Saúde (SUS), destacou a atuação da Pastoral no acompanhamento das políticas públicas: “Atuo diretamente em unidades do SUS, acompanhando de perto os desafios do sistema, e acredito que é essencial lutar por políticas que respeitem a dignidade do paciente e valorizem os profissionais que cuidam”. 

DIVERSIDADE E DEDICAÇÃO 

A peregrinação reuniu uma rica diversidade de expressões da Igreja. Entre os peregrinos estavam as Missionárias da Caridade, que seguem os passos de Santa Teresa de Calcutá no serviço aos mais pobres. “Visitamos os hospitais e famílias levando a Sagrada Comunhão e conforto aos enfermos. Damos nossa vida e nosso tempo levando Jesus a todos esses lugares”, disse a Irmã Francel. 

Padre Fernando da Silva Moreira, Capelão do Hospital Sírio-Libanês, afirmou que a celebração do Jubileu “é um momento de voltarmos à misericórdia de Deus, restaurando a nossa esperança no mundo e sendo mensageiros dessa esperança, testemunhando a alegria e a misericórdia de Jesus entre os irmãos, especialmente os enfermos”. 

Na conclusão da missa, Dom Odilo destacou que “a fé firme nos impulsiona a amar o próximo, a servir com generosidade e a transformar o desespero em esperança que nasce do coração”, e exortou: “Que Deus fortaleça a missão de cada um de vocês, que levam conforto, cuidado e uma presença amorosa a todos que cruzam o seu caminho”. 

Por fim, o Arcebispo rogou a intercessão de São Camilo de Lellis, padroeiro dos enfermos e dos hospitais, e a todos abençoou com uma relíquia do Santo. 

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