Amparo Maternal festeja 84 anos com ampliação do atendimento a mulheres e crianças

Ato marca a expansão da capacidade de atendimentos do centro de acolhida, no dia 18
Amparo Maternal

Com uma missa na sexta-feira, 18, a Associação Amparo Maternal comemorou 84 anos de fundação. Na ocasião, foi oficializada a ampliação do número de vagas do centro de acolhida, na Vila Clementino, de 50 para 100 mulheres, mediante parceria com a Prefeitura de São Paulo. Além disso, a entidade passou a receber mães grávidas e puérperas que tenham filhos de até 6 anos de idade.

A celebração foi presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, e contou com a presença de colaboradores, acolhidas, voluntários e benfeitores do Amparo Maternal, além do secretário municipal do Desenvolvimento Social, Carlos Bezerra Júnior.

AÇÃO DE GRAÇAS

“Elevamos ação de graças a Deus por todos aqueles que ajudaram a escrever a história do Amparo Maternal e às muitas vidas salvas e amparadas na entidade”, afirmou Dom Ângelo na homilia.

Recordando o exemplo da Virgem Maria, que não tinha onde dar à luz o Filho de Deus, o Bispo lembrou que o Amparo Maternal é o lugar em que o amor de Deus se encarna todos os dias, por meio das crianças que ali são gestadas, nascem e recebem o devido cuidado.

“Deve nos fazer doer o coração quando vemos uma mãe, ou um pai, ou uma criança, que não tem tudo aquilo que lhe é de direito”, acrescentou Dom Ângelo, definindo o Amparo Maternal como uma “voz profética”, que chama a atenção da sociedade para realidades de sofrimento que precisam ser transformadas.

Após a missa, Dom Ângelo abençoou os novos quartos do centro de acolhida.

CONQUISTA

O Amparo Maternal almejava a expansão dos acolhimentos desde 2021, quando a necessidade do serviço prestado aumentou exponencialmente. O trabalho é realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e regulado pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que recebe as acolhidas dos mais diversos perfis: gestantes que sofreram violência física, sexual e psicológica, mulheres em situação de rua, usuárias de substâncias psicoativas (SPAs) e, de forma crescente nos últimos anos, refugiadas.

Antes, as mulheres podiam ingressar na casa desde o início da gestação e permaneciam até seus filhos completarem 6 meses. Com a mudança, o prazo de permanência das mães é até que as crianças completem 6 anos de idade. “Chegar a essa nova realidade significa olhar para a necessidade atual dessas mulheres em situação de vulnerabilidade social e atendê-las da forma mais adequada possível”, comemorou Lorenna Pirolo, diretora-presidente do Amparo Maternal desde julho de 2021.

“Para mim, é uma honra poder assinar o aditamento de mais 50 novas vagas e duplicar o atendimento neste que considero um centro de excelência em nossa cidade”, afirmou o secretário Carlos Bezerra, ao descerrar a placa que marca a ampliação do atendimento.

ACOLHIDA

A angolana Conde Titina David Wina, 23, é a primeira gestante com o novo perfil de acolhimento no Amparo Maternal. Ela chegou ao Brasil há quatro meses, grávida de 8 meses e com a filha Ametista, 2.

“É como se o Amparo Maternal tivesse assumido a maternidade comigo. Eu cheguei a um país em que não conheço ninguém, sem nada, em uma situação de completa vulnerabilidade. Aqui eu recebi toda a ajuda necessária para ser mãe”, ressaltou Conde que, há três meses, deu à luz o filho Zafnat.

De fato, a presença da pequena Ametista transformou o Amparo Maternal, seja nas adaptações na estrutura da casa, com a instalação de redes de proteção nas rampas de acesso aos andares, seja na alegria que contagia os colaboradores e demais acolhidas ao verem-na correndo pela casa.

“Aqui, nós temos apoio não só físico como também psicológico e afetivo. As pessoas do Amparo Maternal estão realizando uma missão muito importante na minha vida. Elas são extraordinárias”, afirmou Conde.

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