Associação Amparo Maternal inaugura a Padaria Social ‘Mães na Massa’

Mulheres atendidas pela Instituição farão cursos de panificação e confeitaria

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Pão quentinho, bolo, pão de queijo e outras guloseimas marcaram a inaugu­ração da Padaria Social “Mães na Massa”, da Associação Amparo Maternal, enti­dade católica dedicada ao acolhimen­to de gestantes e mães em situação de vulnerabilidade.

O evento aconteceu na tarde da quin­ta-feira, 13, e contou com a presença de Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar de São Paulo e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade, que presidiu missa e abençoou as instalações. Houve também um momento de confraterni­zação com representantes de parceiros, administradores, colaboradores, volun­tários da entidade e as mães atendidas pelo projeto.

APRENDIZADO E CAPACITAÇÃO

A Padaria Social irá oferecer cursos de panificação e confeitaria às acolhidas, ampliando suas chances de reinserção no mercado de trabalho. A padaria tam­bém dará maior segurança alimentar às acolhidas, fornecendo a elas pães e ou­tros alimentos para o café da manhã, o lanche da tarde e ceia.

“Neste Ano Jubilar, somos agracia­dos, graças à ajuda de parceiros impor­tantes, com a concretização desta pada­ria, que oferece aprendizado, capacitação e oportunidade de reinserção dessas mães no mercado de trabalho”, disse Lo­renna Pirolo, diretora-presidente da As­sociação Amparo Maternal.

“Mães na Massa significa que as mães e mulheres podem e devem ser protago­nistas das suas histórias e a de seus filhos e representa que construir novos cami­nhos é possível”, prosseguiu Lorenna.

O projeto contou com o apoio finan­ceiro da Lions Clubs International Foun­dation (LCIF) e a colaboração de diver­sos voluntários.

CASA DE ACOLHIDA

Atualmente, o centro de acolhida tem capacidade para 100 mulheres e permite que as gestantes e puérperas permane­çam na casa com o bebê e outros filhos de até 6 anos de idade.

O Amparo Maternal realiza um tra­balho social personalizado, contribuin­do para restaurar e preservar a integri­dade de mulheres, gestantes e seus filhos, assegurando-lhes dignidade, reinserção social, familiar e comunitária, e o de­senvolvimento de habilidades para auto­nomia da mulher e a geração de renda.

Ao O SÃO PAULO, Dom Carlos Lema Garcia enalteceu a ação humaniza­dora e a capacitação profissional presta­das às mães: “O Amparo Maternal, com a graça de Deus, o apoio da Arquidiocese e dos parceiros, vem ampliando seus ser­viços e buscando alternativas, sobretudo para a garantia da dignidade e a profis­sionalização dessas mães”.

MÃE ESTENDENDO A MÃO A OUTRAS MÃES

Elenice Azevedo, 39, é confeiteira e mãe do Paulo, 11, e do André, de 2 anos. Quando o primogênito nasceu, ela co­meçou a empreender na confeitaria a fim de poder ter mais tempo com o fi­lho. Quando soube da Padaria Social no Amparo Maternal, decidiu se voluntariar para ajudar outras mães a conquistarem novas oportunidades.

“Sou mãe e sei a importância que esse curso tem na vida delas. Com a certifi­cação, poderão encontrar trabalho ou até abrir seu próprio ateliê ou confeitaria”, disse, enquanto preparava um bolo de cenoura.

RECOMEÇAR COM ESPERANÇA

Ana Paula Picallo Czarnieski, 33, mãe de três filhos, chegou a São Paulo vinda de Guarapuava (PR), em busca de oportunidades de trabalho. Ela encon­trou no Amparo Maternal acolhimento e uma oportunidade de recomeço.

“Cheguei grávida de sete meses. Aqui encontrei uma família, me senti acolhi­da, amada, em um lugar digno para mi­nha filha nascer”, contou, tendo em seus braços a pequena Rafaela, com 24 dias de vida.

Ana Paula será uma das alunas do curso de confeitaria. “Essa oportunidade me abre caminhos e pode ser uma fon­te de renda”, disse a mulher que estuda Administração Pública de modo on-line. “Aqui tenho segurança e consigo conci­liar a maternidade com os estudos, pre­parando-me para um novo começo”.

A angolana Julia Antonia, 22, também encontrou abrigo no Amparo Maternal. “Saí do meu país em busca de melhores condições para a minha filha. Lá, não há trabalho e a vida é muito difícil”, disse, com a pequena Keliane, de 14 dias. Animada para iniciar o curso de confeitaria, Julia vê a iniciativa como uma oportunidade con­creta de mudança. “Vou aprender e ainda terei uma certificação que me ajudará a garantir o sustento e dignidade para mi­nha filha”, afirmou com entusiasmo.

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