Capela do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus: 80 anos de história

Na série de reportagens sobre as capelas católicas em unidades hospitalares da capital paulista, o destaque de hoje é a instalada no Hospital Municipal Infantil Menino Jesus.

Com 80 anos de história, a Capela, na Bela Vista, é mais antiga que a própria instituição que a abriga, pois tem sua origem no antigo Sanatório Esperança, de 1939, que depois se tornou o hospital de referência para o atendimento de crianças na capital paulista.

Desativado por uma década devido à falta de manutenção, o templo foi reinaugurado em novembro de 2019, graças à revitalização financiada pelo grupo de voluntárias do Hospital Sírio-Libanês, instituição responsável pela gestão do hospital.

Padre Fernando da Silva Moreira, Capelão do Hospital Sírio-Libanês, que também atende no Hospital Menino Jesus, explicou que, com a Capela desativada, as missas semanais eram celebradas em um corredor. Faltava, contudo, um ambiente adequado para que as pessoas pudessem se recolher em oração.

“A Capela é importante para os pais dos pacientes, sobretudo em tratamentos mais longos e agudos. É um lugar sagrado, em que a pessoa pode recobrar as suas forças e encontrar o conforto de Deus”, afirmou o Capelão.

Sempre aberta

Desde a reabertura, a Capela nunca fechou suas portas, nem mesmo durante este período de pandemia. As missas com a presença de fiéis continuam suspensas, mas há horários de atendimento para confissões e aconselhamentos aos profissionais, pacientes e seus acompanhantes, assim como a distribuição da comunhão eucarística àqueles que desejarem. As celebrações, aos sábados, às 14h, são transmitidas pela internet. A expectativa é que as missas presenciais retornem quando a pandemia for controlada.

A unidade hospitalar atende crianças de todo o Brasil para o tratamento de diversas doenças, com especial atenção aos programas voltados para a correção de lábio leporino, hepatologias e reabilitação intestinal.

Força renovadora

“A maioria das crianças literalmente mora no hospital, assim como seus pais. Por isso, a possibilidade de sair do ambiente hospitalar cotidiano e entrar em um lugar para recolhimento e oração alivia, traz esperança”, enfatizou o Padre Fernando, relatando, também, que muitos médicos vão até a Capela para fazer suas orações.

Desde que foi reaberta, houve muitos momentos marcantes. Em fevereiro, aconteceu a missa pela formatura da turma de residentes em Medicina de 2019. Recentemente, também houve a Eucaristia na intenção de uma das médicas da instituição, vítima de COVID-19; e, no último dia 8, ocorreu a celebração em ação de graças pelos 60 anos do hospital.

Solidariedade

As doações que viabilizaram a reabertura da Capela vieram da loja das voluntárias que funciona no Sírio-Libanês, criada quando elas perceberam não haver no entorno do hospital um local para que as pessoas pudessem adquirir produtos, tanto para suas necessidades básicas quanto dos pacientes e acompanhantes. Inicialmente, a venda era de itens de higiene pessoal; hoje se transformou em uma loja de conveniência, com uma variada gama de itens disponíveis.

Todo o dinheiro arrecadado com a venda dos produtos é revertido para a responsabilidade social do hospital. Atualmente, colaboram diretamente na loja 120 voluntárias, que se revezam em vários períodos.

VEJA NESTA SÉRIE DE REPORTAGENS

Capela do Instituto de Infectologia Emílio Ribas

Leia nos próximos dias detalhes sobre a história, dinâmica e características das capelas da Santa Casa de Misericórdia e do Conjunto Hospitalar do Mandaqui.

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Maura
Maura
2 anos atrás

É possível celebrar batizado na capela do hospital menino Jesus?