Arcebispo Metropolitano participou do Congresso Vocacional Arquidiocesano, durante a qual se falou sobre os desafios e avanços na promoção às vocações na Arquidiocese de São Paulo
A Pastoral Vocacional da Arquidiocese de São Paulo promoveu, no sábado, 7, o Congresso Vocacional Arquidiocesano.
Realizado no campus Ipiranga da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o evento marca as iniciativas do 3º Ano Vocacional do Brasil, reunindo sacerdotes, seminaristas, religiosos, membros de associações de fiéis e agentes de pastoral das paróquias e comunidades da Arquidiocese.
“Ao nos aproximarmos da conclusão deste Ano Vocacional, queremos avaliar o que vivemos e pensar nas perspectivas para o trabalho de animação em nossa Arquidiocese, também acolhendo as indicações do sínodo arquidiocesano”, destacou Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar de São Paulo e Referencial Arquidiocesano para a Pastoral Vocacional. Desde abril, ele preside a Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Iniciado em 20 de novembro de 2022, o Ano Vocacional do Brasil, a ser concluído em 26 de novembro de 2023, tem o objetivo de promover a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias e na sociedade, para serem ambientes favoráveis ao despertar de todas as vocações, como graça e missão, a serviço do Reino de Deus.
POVO DE VOCACIONADOS
O congresso contou com a presença do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, que refletiu sobre a importância do Ano Vocacional. “É nosso desejo que haja um novo despertar vocacional na Igreja”, ressaltou.
“Nós somos um povo de vocacionados. A partir do Batismo, todos os cristãos são chamados, em primeiro lugar, para a santidade”, manifestou Dom Odilo, recordando que vocação é, ao mesmo tempo, graça e missão, como destaca o lema do Ano Vocacional.
Citando a exortação apostólica Pastores dabo vobis (1992), o Arcebispo recordou que São João Paulo II afirmava que “a crise vocacional é sinal de uma crise de fé”, indicando que, quando a comunidade eclesial não valoriza a vivência e a transmissão da fé, consequentemente, há maior dificuldade para ouvir o chamado de Deus.
“Precisamos trabalhar não apenas para reverter a crise vocacional, mas, sobretudo, para reverter a crise de fé, de religiosidade. Por isso, podem nascer vocações onde há comunidades e famílias fervorosas, onde se procura cultivar a fé e a vida cristã”, afirmou o Cardeal, lembrando que os cristãos são chamados, em primeiro lugar, a serem filhos de Deus, a acolherem a redenção, a “manifestar a dignidade e a novidade da vida em Cristo”.
Nesse sentido, o Arcebispo sublinhou que a animação vocacional deve se situar no contexto atual de uma Igreja que procura uma conversão e renovação missionária, fazendo alusão ao tema do sínodo arquidiocesano. “É preciso despertar o sentido da vocação como modo de participação de todos os batizados na vida e na missão da Igreja”, acrescentou.
AVALIAÇÃO
Divididos em grupos de trabalhos, sob a orientação do Padre José Carlos dos Anjos, Coordenador Arquidiocesano da Pastoral Vocacional, os participantes do congresso fizeram uma avaliação do Ano Vocacional e indicaram prioridades para o trabalho de animação vocacional na Arquidiocese.
Dom Ângelo apontou ao O SÃO PAULO que a avaliação foi positiva, na perspectiva da tomada de consciência vocacional nas paróquias e comunidades. “Demos passo na afirmação de uma cultura vocacional na qual todos os batizados são responsáveis”, afirmou, destacando, ainda, o bom uso das mídias digitais na propagação da temática do Ano Vocacional.
“Alguns desafios são permanentes, como, por exemplo, o de uma melhor organização da animação vocacional nas regiões episcopais, formando equipes mais sólidas e consistentes. Uma das metas é retomar a equipe arquidiocesana ampliada de animação vocacional com a participação de representantes de todas a vocações”, acrescentou o Bispo Auxiliar, destacando que nessas equipes, além dos ministros ordenados e consagrados nas diferentes formas, é importante a participação de leigos, sobretudo, das pastorais familiar, catequética e juvenil.
“Também é importante criar a cultura de que a oração pelas vocações deve ser algo permanente nas comunidades e famílias”, completou Dom Ângelo, sublinhando a importância de todos os católicos se sentirem corresponsáveis pelo despertar de vocações sacerdotais para a Arquidiocese. “Precisamos sedimentar a consciência de que é das comunidades que nascem as vocações para o clero arquidiocesano”.