Conheça o Hospital Cruz Verde, referência no atendimento a pessoas com paralisia cerebral

Atualmente, 186 pacientes estão na instituição sob cuidados especiais, 24 horas por dia. Atendimentos são feitos pelo SUS

Associação Cruz Verde

O Hospital Cruz Verde, localizado na Rua Diogo de Faria, 695, na zona sul de São Paulo, é referência no atendimento e tratamento de crianças e adultos com paralisia cerebral grave. Fundado há 65 anos, é financiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas para manter as atividades e o atendimento, atuamente a 186 pacientes, a entidade depende de doações e realiza eventos beneficentes.

O hospital, mantido pela Associação Cruz Verde, oferece assistência completa, incluindo alimentação com dietas específicas, medicamentos, vestuário, instalações e equipamentos adaptados.

Os pacientes têm acesso a uma equipe multidisciplinar composta por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, neuropediatras, odontologistas e professores especializados. Ao todo, 290 funcionários trabalham em três turnos e há 200 leitos.

A maioria dos atendidos é da capital paulista ou de outras cidades de São Paulo. Devido às suas condições de saúde, muitos permanecem no hospital até o fim da vida.

CUIDAR COM AMOR

Marilena Pacios, superintendente do Hospital Cruz Verde, enfatizou que a história da instituição começou em 1958 com um grupo de pessoas sensibilizadas com a realidade e as dificuldades enfrentadas por bebês, jovens e adultos com paralisia cerebral.

“Cada paciente aqui é único, assim como as suas necessidades. Nossa missão é acolher e proporcionar qualidade de vida e dignidade humana. Priorizamos o atendimento ambulatorial, mas, sobretudo, cuidamos do aspecto emocional e afetivo”, afirmou, mencionando que a associação trabalha com equipes de profissionais capacitados no atendimento técnico e com equipes multidisciplinares e afetivas.

“Nosso propósito é assistir os pacientes com paralisia e proporcionar, além da saúde física, amparo, amor, carinho, respeito e ética. Para muitos que estão aqui, nós somos a sua única família; outros recebem visitas de familiares uma vez por semana ou a cada quinze dias”, ressaltou Marilena. “A paralisia não tem cura, mas as pessoas podem ter uma vida produtiva e satisfatória, contanto que tenham o apoio e as adaptações adequadas”, mencionou.

Marilena recordou que Dom Cláudio Hummes, Arcebispo de São Paulo entre 1998 e 2006, visitou o hospital em uma ocasião. “Eu disse a ele que aqui nós não nos acostumamos com essa realidade de fragilidade e gravidade. Cada indivíduo tem uma história marcada pelo abandono, por uma estrutura familiar fragilizada entre outras situações. Todos os dias, somos impactados emocionalmente pelo nosso entorno e buscamos formar uma equipe consciente e com uma visão holística do paciente”, enfatizou.

GRATIDÃO

Nadir de Campos Oliveira, 44, é técnica de enfermagem e mãe da Giovana, 14, paciente do Cruz Verde há 8 anos. “Minha filha nasceu com microcefalia e, por isso, requer cuidados especiais. Conheci o Cruz Verde e a trazia para as sessões de terapia no ambulatório. Hoje, a casa dela é este espaço rodeado de alegria e amor. Aqui, encontrei uma equipe especializada e competente para cuidar da minha menina”, disse.

“Há 8 anos, a cada visita que faço à Giovana, vejo melhoras. Eles cuidam dela e de todos os pacientes com amor, zelo e profissionalismo. Os profissionais se dedicam a proporcionar a todos um lar que acolhe e cuida”, afirmou Nadir, que tem outros quatro filhos.

IR ALÉM

Marilena Pacios reiterou que o compromisso diário do Hospital Cruz Verde é conscientizar a população sobre a paralisia cerebral e promover um mundo mais inclusivo e solidário.

“Contamos com uma equipe de profissionais capacitados para atender cada paciente em sua particularidade e em sua integralidade”, destacou.

No hospital, os pacientes dispõem de atividades como: aulas de ensino básico nos leitos; aulas de dança; atividades terapêuticas e inclusivas; atendimento odontológico no leito e no ambulatório; visitas e atividades externas como a ida a parques, museus e cinema.

“Realizamos também atividades com as famílias dos pacientes, entre essas o projeto ‘Reviver’, que promove integração, gincanas, bingos entre as mães e pais”, frisou Marilena.

A superintendente destacou que a associação tem planos de expandir ações e ir além nos serviços já prestados, proporcionando cada vez mais qualidade e excelência no atendimento.

O QUE É A PARALISIA CEREBRAL?

A paralisia cerebral (PC) pode afetar várias áreas do desenvolvimento, como habilidades motoras, a comunicação e o aprendizado. É uma condição permanente, decorrente de uma lesão no cérebro em desenvolvimento e que pode acontecer desde o início da gestação, por causa de traumas, malformações ou até mesmo durante o parto por alguma intercorrência. Nos primeiros anos de vida, a paralisia pode decorrer de infecções como a meningite ou traumas.

Os tipos mais comuns são a espástica (tetra, hemi ou diplégica), discinética e atáxica (global). A paralisia cerebral espástica atinge os músculos e corresponde a 80% dos casos, afetando, principalmente, o movimento de braços e pernas, além da visão. A paralisia discinética ou hipotônica é responsável pelos movimentos involuntários. E a atáxica prejudica o equilíbrio.

Estima-se que existam mais de 17 milhões de pessoas com paralisia cerebral no mundo. A organização World Cerebral Palsy Day afirma que surgem pelo menos 30 mil novos casos por ano no Brasil.

A prevenção se dá pelo adequado acompanhamento no pré-natal e assistência de parto ao recém-nascido, testes de triagem neonatal, não exposição a drogas e substâncias tóxicas, vacinação e prevenção de acidentes.

O tratamento requer uma equipe multidisciplinar e individualizada, com enfoque principalmente em trabalhar habilidades, reduzir limitações e melhorar a qualidade de vida. 

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