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‘Continuemos a viver a esperança!’, exorta o Cardeal Scherer no encerramento do Ano Santo

Na Catedral Metropolitana, o Arcebispo de São Paulo presidiu a missa que demarcou o fechamento do Jubileu na Região Sé; celebrações conclusivas também ocorreram nas outras 5 regiões episcopais, na tarde do domingo, 28

Cardeal Scherer preside a missa de encerramento do Ano Jubilar (fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO)

“Chama viva da minha esperança, este canto suba para Ti. Seio eterno de infinita vida, no caminho, eu confio em ti”. O Hino do Jubileu 2025 que durante todo este Ano Santo foi entoado pelos fiéis especialmente nas peregrinações às 12 igrejas jubilares da Arquidiocese foi cantado pela última vez na tarde do domingo, 28, na Festa da Sagrada Família, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção.

Em missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, com a participação de padres, religiosos e leigos que atuam na Região Sé, foi concluído o Ano Jubilar na Arquidiocese. Na mesma tarde, a conclusão também se deu em missas nas outras cinco regiões episcopais: Brasilândia, celebrada no Santuário da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt; Santana, na Basílica Menor de Sant’Ana; Ipiranga, no Santuário São Judas Tadeu; Lapa, na Igreja Nossa Senhora de Fátima; e Belém, na Igreja São José do Belém.

No começo da missa, após ter incensado a imagem do Menino Jesus e os símbolos do Jubileu ­– cruz peregrina, bandeira e lamparina – o Arcebispo de São Paulo saudou os fiéis e, aludindo à liturgia do dia, recordou que a Igreja deseja que toda a família seja como a Sagrada Família de Jesus, Maria e José, lugar onde Deus habita, se realiza a vida humana e se vive o amor sincero.

Dom Odilo lembrou que assim como em todas as dioceses do mundo, a Arquidiocese de São Paulo realizava naquele domingo o encerramento do Ano Jubilar, iniciado em âmbito diocesano em 29 de dezembro de 2024. O Arcebispo destacou que neste Ano Jubilar, Deus “a todos deu Sua esperança e a sua paz, fortaleceu as mãos frágeis, reforçou os joelhos vacilantes e disse a cada um de nós: coragem, não tenhais medo!”.

O PAPEL DA FAMÍLIA NA SOCIEDADE

A homilia da missa foi realizada por Dom Rogério Augusto das Neves. O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé explicou que a Festa da Sagrada Família se insere no Natal, a celebração da Encarnação do Verbo de Deus.

“De 25 em 25 anos, celebramos a festa jubilar da Encarnação do Verbo. Por isso, o Natal é o apogeu do Ano Santo e, assim, o encerramos neste período. Estamos, portanto, celebrando os 2025 anos da encarnação do Verbo”, reforçou Dom Rogério, recordando, ainda, que na bula de proclamação deste Ano Jubilar – Spes non confundit –, o falecido Papa Francisco disse que esta também já seria ocasião para preparar o Jubileu extraordinário de 2033, quando serão celebrados os dois mil anos da Páscoa de Jesus.

Ao sublinhar que Jesus nasceu em uma família, Dom Rogério discorreu sobre o papel central que a ela compete, seja para a geração, cuidado e desenvolvimento de uma nova vida, seja para a educação das novas gerações, na medida em que até Filho de Deus, mesmo com sua missão divina, aceitou se submeter aos limites de uma família e à obediência de seus pais.

“A família é um dos grandes meios que Deus colocou à disposição do ser humano para salvá-lo, mas, infelizmente, vivemos em um tempo em que é a família que precisa ser salva. Não estamos conseguindo compreender o quanto estamos fazendo mal ao ser humano ao não promovermos a vida familiar”, enfatizou Dom Rogério, que também é Bispo Referencial para a Pastoral Familiar no Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

DAR CONTINUIDADE AOS BONS FRUTOS DO JUBILEU

Em uma das preces da oração dos fiéis, a comunidade reunida rogou a Deus para que a Arquidiocese, “revigorada pelo poder do perdão e renovada pela graça do Ano Jubilar, possa continuar no seu caminho de seguimento do Evangelho”.

Em prece conjunta, o Arcebispo, os concelebrantes da missa e a assembleia de fiéis pediram: “Ó Pai, neste Ano Jubilar, abristes o caminho da salvação para a vossa Igreja e enchestes os vossos filhos com a esperança que vem de vós. Abraçai as nossas boas intenções e realizai o nosso desejo de converter a nossa vida a vós, para nos tornarmos autênticas testemunhas do Evangelho. Com a graça do Espírito Santo, guiai nossos passos para a bem-aventurada esperança de encontrar o vosso rosto na Jerusalém celeste, onde vosso Reino se realizará plena e perfeitamente e onde tudo se consumará em Cristo, vosso filho”.

Após a comunhão, Dom Odilo agradeceu o empenho de todos os padres e bispos auxiliares da Arquidiocese em atender os fiéis em Confissão e pela organização das peregrinações às 12 igrejas jubilares da Arquidiocese. Também apontou como bons frutos deste Jubileu e que precisam ter continuidade a maior participação dos fiéis na vida da comunidade eclesial; o aumento da procura pelos sacramentos da iniciação à vida cristã, bem como do sacramento do Matrimônio; a crescente preocupação com as temáticas ambientais; e a ampliação da caridade organizada, permitindo, cada vez mais, “dar esperança a quem carece de esperança”.

Dom Odilo sublinhou que jamais se deve esquecer que o grande sinal da esperança é ter fé e testemunhá-la no cotidiano: “Nós cremos em Deus e Dele esperamos novos céus e nova terra. Nós somos peregrinos de esperança e sabemos para onde vamos. Não é simplesmente para o túmulo. Sabemos que não é uma esperança que será desiludida, porque Alguém deu sinal que a esperança é segura, nos amou até o fim, morrendo na cruz por nós quando éramos ainda pecadores, como diz São Paulo. Por isso, continuemos a viver a esperança, a viver a vida cristã de forma renovada e generosa”.

Por fim, Dom Odilo recordou que neste dia em que se conclui o Ano Jubilar, toda a Igreja “eleva a Deus sua ação de graças pelo dom da indulgência. Por meio dos sacramentos, da peregrinação, da oração e da caridade, fizemos uma experiência intensa da misericórdia divina: o Senhor lavou nossos pecados e nos concedeu a Sua graça”; e que agora, “revigorados por esta experiência de conversão, voltamos ao ritmo cotidiano de nossas vidas. Como os discípulos que viram o Seu rosto, conservemos a alegria do encontro com o Senhor e mantenhamos, sem vacilar, a confissão da nossa esperança, porque Aquele que prometeu é fiel”.

Dom Odilo apaga a lamparina do Jubileu 2025

Antes da bênção final, o Arcebispo apagou a lamparina do Jubileu, simbolizando o encerramento do Ano Jubilar na Arquidiocese, e a cruz peregrina foi coloca à frente do presbitério para ser adorada pelos fiéis.

Embora o encerramento do Jubileu tenha ocorrido nas dioceses de todo o mundo neste dia 28, em Roma – sede da Igreja universal ­– o Ano Santo prossegue até a Solenidade da Epifania do Senhor, em 6 de janeiro de 2026, quando será realizado o fechamento da Porta Santa da Basílica de São Pedro pelo Papa Leão XIV, a qual foi aberta pelo Papa Francisco em 24 de dezembro de 2024, na Missa da Noite do Natal.

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