Dia Mundial dos Pobres: Paróquias e organizações da Arquidiocese intensificam ações solidárias

Luciney Martins/O SÃO PAULO

No domingo, 13, celebra-se o 6º Dia Mundial dos Pobres. Instituída pelo Papa Francisco em 2016, na conclusão do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, essa data pretende chamar a atenção não apenas dos católicos, mas de todas as pessoas de boa vontade, a se abrirem à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade. 

Na mensagem para este ano, que tem como tema “Jesus Cristo fez-se pobre por vós” (cf. 2Cor 8,9), o Santo Padre condena, já nas primeiras linhas, uma das principais causas da pobreza na atualidade: a guerra. Um “desastre”, escreve, que apareceu no horizonte pouco depois de “uma nesga de céu sereno” ter se aberto com a pandemia. Uma tragédia “destinada a impor ao mundo um cenário diferente”. 

O Papa volta a condenar a lógica econômica que não tem o bem-estar do ser humano no centro, mas, ao contrário, o lucro. 

“A pobreza que mata é a miséria, filha da injustiça, da exploração, da violência e da iníqua distribuição dos recursos. É a pobreza desesperada, sem futuro, porque é imposta pela cultura do descarte que não oferece perspectivas nem vias de saída. É a miséria que, enquanto constringe à condição de extrema indigência, afeta também a dimensão espiritual, que, apesar de muitas vezes ser transcurada, não é por isso que deixa de existir ou de contar. Quando a única lei passa a ser o cálculo do lucro no fim do dia, deixa de haver qualquer freio na adoção da lógica da exploração das pessoas: os outros não passam de meios. Deixa de haver salário justo, horário justo de trabalho e criam-se novas formas de escravidão, suportada por pessoas que, sem alternativa, devem aceitar este veneno de injustiça a fim de ganhar o mínimo para comer.” 

Nesse sentido, Francisco renova seu convite urgente para encontrar estradas que possam ir além da configuração daquelas políticas sociais “concebidas como uma política para os pobres, mas nunca com os pobres, nunca dos pobres, e muito menos inserida em um projeto que reúna os povos”. 

NA ARQUIDIOCESE 

As paróquias, comunidades e organizações da Arquidiocese de São Paulo realizarão uma série de atividades para comemorar o Dia Mundial dos Pobres, somadas às várias iniciativas permanentes de promoção da caridade. 

A Caritas Arquidiocesana de São Paulo, por meio de seus núcleos regionais, realizará o Dia de Ação Caritas, com atividades em algumas regiões episcopais. 

Região Lapa: palestras; consultoria jurídica, financeira, contábil; nutricionistas, psicólogos; além de serviços de esmaltaria, cabeleireiro, enfermagem e bazar. 
Quando: domingo, 13, das 9h às 17h. 
Onde: Galpão da Paróquia São José (Rua Jurubim, 700, Pirituba). 

Região Santana: palestras; atendimento jurídico, psicológico e de serviço social; oficinas de costura, confecção de sabão, arte, música, caratê e capoeira. 
Quando: sábado, 12, das 9h às 16h.
Onde: Paróquia Sagrada Família (Rua Sete Cachoeiras, 35, Jardim Antártica). 

Região Sé: com foco no atendimento a pessoas em situação de vulnerabilidade, ocorrerão nos seguintes dias estas atividades: dia 9, visita a mulheres na Cracolândia; dia 10, visita ao novo Hospital Pérola Byington, para atendimento personalizado a mulheres, se necessário; dia 11, roda de conversa com as famílias e cadastro das crianças para o “Sacolão de Natal”; e nos dias 12 e 13, mobilização pelas redes sociais acerca do Dia Mundial dos Pobres, bem como para a campanha “Natal dos Sonhos”. 

Região Belém: as atividades pelo Dia Mundial dos Pobres ocorreram de modo antecipado em outubro, em parceria com movimentos e pastorais que atuam na área social na Paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho. As ações envolveram a divulgação dos direitos e dos serviços públicos oferecidos à população; a oferta de um lanche solidário em meio a uma roda de conversa, no dia 15 daquele mês; e uma reunião, no dia 19, com os pais das crianças atendidas pela Creche Maria Tereza de Mello Mororó. Outras iniciativas serão realizadas na segunda quinzena de novembro. 

Conheça algumas das iniciativas em favor dos irmãos de rua e colabore com doações 

CASA DE ORAÇÃO DO POVO DA RUA 
Diariamente, no local é servido o café da manhã e são produzidas cerca de 700 marmitas, distribuídas em ruas e praças da cidade. Há ainda a entrega de roupas e itens de higiene pessoal obtidos por meio de doações, que podem ser deixadas, 24 horas por dia, na Rua Djalma Dutra, 3, bairro da Luz. Também a Paróquia São Miguel Arcanjo, na Rua Taquari, 1.100, Belenzinho, recebe doações regularmente, dada a alta procura por parte das pessoas em situação de rua. 

SERVIÇO FRANCISCANO DE SOLIDARIEDADE 
O Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) atua no combate à fome e à violação de direitos, tendo como uma das ações de referência a atenção às pessoas em situação de rua. Em dias mais frios, no local há vagas para o pernoite. As doações podem ser entregues no Chá do Padre (Rua Riachuelo, 268, Centro) e na Casa Franciscana (Rua Otto de Alencar, 270, Cambuci). 

MISSÃO EUCARÍSTICA VOZ DOS POBRES 
A Missão Eucarística Voz dos Pobres realiza todos os dias sua ação pastoral nas ruas, com missionários consagrados e voluntários que levam refeições e dialogam com os “irmãos da rua”. Também acolhe pessoas com a saúde debilitada que vivem nas ruas ou que tenham sido abandonadas por familiares em hospitais e em suas próprias casas. Um dos endereços para a entrega de doações é a Casa São José Moscati (Rua Dr. Álvaro Osório de Almeida, 315, Jardim Bonfiglioli). 

MISSÃO PAZ 
Formada pela Casa do Migrante, o Centro Pastoral e de Mediação dos Migrantes, o Centro de Estudos Migratórios e a Igreja Nossa Senhora da Paz, desenvolve serviços de apoio à acolhida, documentação, aprendizagem do idioma, inserção laboral, atendimento médico e jurídico aos migrantes. O endereço de referência é a Rua Glicério, 225, no bairro da Liberdade. 

MISSÃO BELÉM 
A Missão Belém mantém casas de acolhida, nas quais pessoas que um dia viveram em situação de rua, especialmente no vício das drogas, acolhem os irmãos recém-saídos das ruas e que aceitam a restauração de suas vidas a partir de um itinerário de espiritualidade católica. Um dos locais é o Edifício Nazaré (Praça da Sé, 47), onde são acolhidos 50 irmãos por dia, e residem cerca de 100 pessoas, algumas muito doentes. 

ALIANÇA DE MISERICÓRDIA 
A Aliança de Misericórdia mantém a Casa Restaura-me (Rua Monsenhor Andrade, 746, Brás), frequentada diariamente por cerca de 450 pessoas em situação de rua, que lá recebem refeições e podem tomar banho, lavar roupas e obter encaminhamentos para serviços sociais. 

ARSENAL DA ESPERANÇA 
Localizado no bairro da Mooca (Rua Doutor Almeida Lima, 900), diariamente são acolhidos 1,2 mil homens que antes estavam em situação de rua por razões diversas, como a falta de trabalho, moradia ou suporte familiar. Lá, eles podem descansar, tomar banho, se alimentar e frequentar cursos profissionalizantes, além de usufruir de muitos outros serviços, como o acompanhamento do serviço social. 

BOMPAR 
O Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar) realiza variadas atividades, incluindo as iniciativas em favor da população em situação de rua. Uma das estruturas é o Centro de Acolhida São Martinho de Lima, localizado na Rua Siqueira Cardoso, 277, Belenzinho. 

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